“A política do país é cobrar às empresas o despesismo público”
Rosalina Santos - Gerente da CASASSIM - Mediação Imobiliária, 47 anos, Vila Nova da Barquinha
A Feira Medieval de Torres Novas é um grande evento, muito bem organizado porque envolve os moradores e empresários locais o que é muito gratificante para todos. Por outro lado, também é um evento muito divulgado e atrai pessoas de todos os lados, promovendo assim o concelho, colocando-o no “mapa” e dando-lhe projecção. Gosto da iniciativa pelo seu ambiente. A cidade volta atrás no tempo e parece que estamos noutra época. É uma sensação única.
Torres Novas é uma cidade com potencial de crescimento enorme. É um excelente local para viver porque combina o moderno das grandes cidades com o tradicional das pequenas vilas. Pela localização geográfica (centro do país) e pelas vias de acesso, pode ser a escolha de muitas empresas que pretendam instalar-se na região. Mas isso só pode ter sucesso com uma boa política de atracção de investimentos, menos burocracia, e maior facilidade de instalação de novas empresas.
De qualquer forma, um município não faz milagres, quando a política do país é cobrar às empresas o despesismo público. Outros países serão mais interessantes para investir por terem políticas económicas mais atractivas.
O mercado imobiliário está em crescimento a nível nacional, principalmente nas grandes cidades. No entanto, em Torres Novas o investimento em imobiliário é residual. Não existe investimento em construção nova. Não há nenhum projecto a iniciar-se e mesmo que se inicie agora só daqui a cerca de ano e meio estará pronto a habitar. Isso, aliado à burocracia camarária e à política de financiamento bancário, está a estrangular o mercado local. Os investidores têm receio de avançar porque se a contracção de mercado voltar podem ficar com sérios problemas, tal como aconteceu na crise anterior. A actual política da minha empresa passa pela diversificação de mercados.
Tenho uma opinião sobre o poder político em geral que não é a mais favorável. Faz-me confusão que interesses políticos se sobreponham ao interesse de cada um. O poder pelo poder não significa nada. É oco. Numa perspectiva muito idealista, acho que se tivesse poderes para isso, acabava com a corrupção que penso ser o principal problema do país (e não só)… e que custa muito dinheiro a todos nós. Somos nós, contribuintes (particulares ou empresas), que pagamos o que os outros gastam sem escrúpulos.