Tempos sombrios da Inquisição são tema da Feira Medieval de Torres Novas
Figura de D. Pedro de Lencastre, inquisidor-geral do reino, inspira o evento este ano. Recriação histórica promovida pelo município vai decorrer de 29 de Maio a 2 de Junho em vários pontos da cidade e conta mais uma vez com o envolvimento da comunidade.
Desde 2010 que o município de Torres Novas habituou a comunidade para uma transformação da cidade e das próprias gentes durante a Feira Medieval, que este ano vai decorrer de 29 de Maio a 2 de Junho. Tempos Sombrios - D. Pedro de Lencastre, inquisidor-geral do reino é o tema do certame deste ano e conta que muitos sejam os visitantes que acorram a Torres Novas.
A acção remonta à década de 70 do século XVII, altura em que a Inquisição e os Tribunais do Santo Ofício eram instituições que representavam o poder e através das quais ele se manifestava. Dona de um controlo social feroz, a Inquisição levou a cabo perseguições, encarceramentos, torturas e autos de fé.
A par de outras perseguições, condenações e de proibições várias, a intolerância e a vigilância dos comportamentos dos cristãos-novos e de suas famílias tiveram ainda nessa época um cariz muito violento, onde a denúncia e o medo marcavam os comportamentos do dia-a-dia. Tudo isto vai ser recriado nas ruas do centro histórico da cidade, com enfoque na Praça 5 de Outubro, no castelo, Jardim das Rosas e áreas circundantes.
Com vários momentos dignos de serem apreciados, são de destacar, no dia 30, o Baile dos Petizes, às 19h00, na Praça 5 de Outubro. A chegada do Inquisidor é outro dos momentos a não perder, no mesmo dia, às 22h00, na Rua Miguel Bombarda – Largo da Botica - Praça 5 de Outubro. A Ceia vai ter lugar na sexta-feira, 31 de Maio, às 20h00, na alcaidaria do castelo. O julgamento dos prevaricadores vai decorrer no sábado, 1 de Junho, pelas 18h30, na Praça 5 de Outubro. No mesmo dia decorre ainda o Matrimónio, às 19h45. O castelo da vila é o lugar da festa. A Ronda à vila e pregão vai acontecer no último dia do evento, domingo, 2 de Junho, às 15h30. O cortejo com o “visitador” e alguns militares anuncia publicamente o julgamento pelas ruas da vila.
À margem do evento decorrem ainda um conjunto de oficinas, exposições, conversas, leituras encenadas e documentários que têm por objectivo conhecer e pensar a História de Portugal.