Bombeiros de Azambuja queixam-se das dívidas do Ministério da Saúde
Associação humanitária reclama quase 30 mil euros ao Estado. Circunstância coloca a actividade da corporação numa situação de aperto financeiro, quando precisa de investir em novos veículos e equipamentos de segurança para os seus operacionais.
Os Bombeiros Voluntários de Azambuja reclamam o pagamento da dívida de cerca de 30 mil euros que o Ministério da Saúde “arrasta há três anos”. O presidente da direcção da associação humanitária, André Salema, pronunciou-se sobre a dívida à margem da visita que o primeiro-ministro fez a Azambuja no dia 16 de Maio e que lamentou não ter acompanhado por desconhecimento. “Se soubesse, tê-lo-ia confrontado directamente com a situação”, assegura o dirigente.
Considerando que não podem ser os bombeiros a financiar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que o Estado tem a obrigação de pagar num prazo razoável, André Salema refere que esta situação está a causar grandes constrangimentos à associação. “Assim torna-se difícil de gerir, exigindo um esforço financeiro muito grande da nossa parte, para pagarmos vencimentos, combustível, reparações de viaturas” e outras despesas correntes, afirma a
O MIRANTE. Acrescenta que há investimentos necessários para garantir a segurança dos bombeiros que não avançam porque não há dinheiro disponível. A título de exemplo, diz que a corporação precisa de novos aparelhos respiratórios que custam cerca de sete mil euros.
De acordo com os dados a que O MIRANTE
teve acesso, dos 30 mil euros de dívida aos Bombeiros de Azambuja, mais de 13 mil dizem respeito ao IPO (Instituto Português de Oncologia). O Hospital Garcia de Horta vem em segundo lugar, com um valor de 4.582 mil euros, seguido do INEM com 4.502 mil euros por liquidar.
Combate a incêndios pode estar comprometido
Apesar de o Estado não estar a cumprir, André Salema adianta que para já não está comprometido o socorro à população, mas deixa o alerta: “tudo tem um limite”.
Aos 30 mil euros, acresce ainda, segundo André Salema, o montante de 14.500 mil euros para a reparação de um veículo que ficou inutilizado após o combate a um incêndio no Verão passado.
O dirigente explicou que a viatura que está na oficina à espera de autorização da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) para ser reparada é uma das duas dessa corporação que integra o dispositivo de combate a incêndios.
“Não vejo aqui facilidade para os Bombeiros de Azambuja no que respeita ao dispositivo de combate a incêndios para este ano, uma vez que nos arriscamos a começar o Verão sem este veículo”, diz a O MIRANTE, dando nota que o veículo florestal de combate a incêndios (VFCI) disponível “é antigo e precisa de reparações contantes”.