Decisão de encerrar Escola Infante D. Henrique adiada para Junho
Câmara de Tomar diz que esse estabelecimento de ensino da cidade tem os dias contados e deixa nas mãos do Agrupamento de Escolas Templários a decisão de a desactivar este ano ou no próximo.
O director do Agrupamento de Escolas Templários, Paulo Macedo, tem até dia 3 de Junho para decidir se a escola do 1º ciclo Infante D. Henrique, em Tomar, encerra já no final deste ano lectivo ou se o seu encerramento é adiado por um ano. Paulo Macedo disse a O MIRANTE, no final da Assembleia Municipal Temática sobre Educação, que decorreu na noite de terça-feira, 14 de Maio, que a decisão foi tomada em conselho geral do Agrupamento de Escolas Templários e que vai ouvir os docentes da Escola Infante D. Henrique para tomar uma decisão.
“Se for decidido que a escola encerra já este ano e que os alunos têm que ser transferidos para a Escola Santa Iria em Setembro vão ser necessárias obras de adaptação nesta escola. Vai ser complicado realizar essas obras em tão pouco tempo”, afirmou Paulo Macedo. O mais provável é que a Escola Infante D. Henrique encerre apenas no final do ano lectivo 2019/2020.
A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), garantiu que a Infante D. Henrique é para encerrar. “O Agrupamento tem que nos dizer qual a sua posição para a câmara comunicar à DGEST [Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares] se encerramos a escola em Setembro ou se o Agrupamento fica com mais um ano lectivo para se reorganizar”, explicou.
A autarca considera que os alunos devem ter igualdade de oportunidades e as mesmas condições para estudarem. “A câmara municipal encerrará qualquer escola que não tenha condições de segurança quando existirem instalações com melhores condições para acolher esses alunos”, sublinhou, reconhecendo que o município cometeu erros no início deste processo.
A líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Tomar, Lurdes Ferromau, criticou a forma como este processo decorreu e acusou o município e o director do Agrupamento de Escolas de terem tomado decisões à revelia da maioria dos interessados, sobretudo da comunidade educativa e dos pais dos alunos envolvidos.
A eleita Isabel Boavida (PSD) acusou a CDU, cujo líder da bancada é o director do Agrupamento de Escolas Templários, Paulo Macedo, de “habilidade e estratégia política” ao marcar a Assembleia Municipal Temática, na tentativa de “branquear o processo que espoletou a acção de encerramento da escola e ter apanhado muitas pessoas desprevenidas”. E acrescentou que “a CDU só se preocupou em debater a Educação no concelho quando este processo começou a correr mal”.
Paulo Macedo acusado de misturar papéis
O líder da bancada da CDU, Paulo Macedo, apresentou duas recomendações à Assembleia Municipal de Tomar. Na primeira recomendação pede que seja definido como prioritário um Plano Estratégico Educativo para Tomar. Na segunda recomendação pede que esse Plano Estratégico Educativo seja apresentado até Abril de 2020 e que até essa data a Escola Infante D. Henrique não feche portas. Os eleitos Hugo Costa (PS) e Isabel Boavida criticaram a postura de Paulo Macedo referindo que o director do Agrupamento de Escolas Templários está a misturar os papéis de político e director escolar.
Menos 1800 alunos no concelho em 12 anos
No ano lectivo 2006/2007 existiam 1.756 alunos a frequentar o primeiro ciclo no concelho de Tomar; em 2018/2019 foram matriculados 1.091 alunos. Em 2006/2007 matricularam-se 910 alunos no segundo ciclo enquanto em 2018/2019 foram inscritos 612 alunos. No terceiro ciclo, no ano lectivo de 2006/2007 foram inscritos 1.461 alunos; em 2018/2019 matricularam-se 1.050 alunos. No ensino secundário matricularam-se 1.290 alunos em 2006/2007 e em 2018/2019 inscreveram-se 1.186 alunos. No pré-escolar, em 2006/2007 havia 1010 crianças inscritas e em 2018/2019 frequentaram 670.
Nos últimos 12 anos houve uma diminuição total de 1.818 alunos em todos os ciclos escolares. Os dados foram apresentados pela presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, no início da Assembleia Municipal Temática, referindo que os dados apresentados são do Instituto Nacional de Estatística. “Não se pode falar de educação sem falarmos em demografia. Existem menos alunos no concelho, à semelhança do que acontece por todo o país, o que faz com que haja mais espaços livres nas escolas existentes. Todas as crianças do concelho devem estudar em locais com boas condições”, sublinhou.