Reclama saneamento básico em casa mas a câmara dá-lhe nega
Morador de São Miguel do Rio Torto diz que paga os seus impostos e por isso quer ter acesso à rede de esgotos. Câmara de Abrantes alega que é necessário construir uma estação elevatória e que o custo é elevado, pelo que essa hipótese não é viável.
José Calado Filipe é morador no Beco dos Canaviais, na zona urbana de São Miguel do Rio Torto, concelho de Abrantes, e há vários anos que luta para ter acesso a saneamento básico na sua casa. O cidadão queixa-se que quando a sua fossa séptica está cheia não se pode utilizar a casa-de-banho porque, afirma, os serviços da Abrantáqua – empresa responsável pela gestão do sistema de recolha e tratamento das águas residuais no concelho – demoram a esvaziar a fossa séptica. “Quando telefono para virem esvaziar a fossa demoram sempre muito tempo. Isto é desgastante porque tenho que dizer à minha filha para não nos vir visitar no fim-de-semana ou dizer aos amigos para não virem a minha casa porque não se pode utilizar a casa-de-banho”, critica.
O morador diz que paga os seus impostos e que tem direito a ter saneamento básico como os seus vizinhos. Desde 2016 que se anda a queixar junto da câmara municipal mas até agora nada foi feito. O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), que também é o presidente do conselho de administração dos SMA (Serviços Municipalizados de Abrantes), disse a O MIRANTE que não existe solução para construir saneamento básico no Beco dos Canaviais. “Obrigava a montar uma estação elevatória e teria um custo financeiro muito elevado, não seria sustentável. Moram lá poucas pessoas e cada um tem a sua fossa séptica. É muito mais rentável e do ponto de vista ambiental é muito mais sustentável”, afirmou.
Valamatos disse que não sabe se a fossa em causa está bem dimensionada, mas que sempre que algum morador liga para a Abrantáqua, o camião vai a casa das pessoas esvaziar a fossa séptica. Numa das respostas enviadas a José Filipe, após este ter pedido que fosse colocado saneamento básico na sua residência, a Abrantáqua referiu que existem vários condicionalismos no local em causa e que por isso não é viável a colocação de saneamento básico.