Vila Franca de Xira conquistou o direito a ter um hospital de qualidade
Presidente da câmara sai em defesa da parceria público-privada daquela unidade. No mês em que o Governo decide pela continuidade, ou não, da gestão privada no Hospital Vila Franca de Xira, o autarca Alberto Mesquita veio novamente defender aquele modelo para dizer que foi feito um bom trabalho e que o concelho merece a gestão da José de Mello Saúde.
A população de Vila Franca de Xira conquistou o direito a ter a prestação de serviços de saúde de qualidade que há muito não tinha, considerou na última semana o presidente do município, Alberto Mesquita, defendendo a manutenção da Parceria Público-Privada (PPP) que gere o Hospital Vila Franca de Xira (HVFX).
“O hospital é considerado em termos de equipamento hospitalar médico um dos melhores do país. Isto são factos. As pessoas quando lá vão querem ser bem servidas e é reconhecido como um excelente hospital. Se ele não existisse o surto de legionella tinha tido uma expressão trágica muito maior”, lembrou o autarca.
O assunto veio a lume na última reunião pública de câmara a propósito da aprovação de uma alteração ao regulamento do parque de estacionamento daquela unidade hospitalar. O Governo decide até ao final deste mês se mantém ou não o modelo de gestão em PPP com a José de Mello Saúde para aquele hospital.
“Em termos de princípio não tenho nada contra as PPP desde que prestem um serviço de qualidade às populações e estejam enquadradas no Serviço Nacional de Saúde, como é o caso do HVFX. Todos conhecem o que era o hospital antigo. Já não tinha condições e havia pessoas a ir de ambulância para Lisboa para fazerem exames”, recordou o autarca.
Mesquita diz mesmo que a população “não perdoaria” os presidentes da câmara da altura se não tivessem aproveitado a oportunidade de construir e avançar com o novo hospital, tal era a degradação da antiga unidade.
Avenças no estacionamento vão mudar
Na mesma reunião foi aprovada uma alteração ao regulamento do parque de estacionamento do hospital, visando sobretudo o estacionamento em avença. Em causa está a possibilidade da avença passar a ser cancelada caso não seja paga até ao terceiro dia do mês. Em caso de baixa prolongada ou ausência, o beneficiário terá de passar a informar a entidade gestora sob pena de ver a avença cancelada. O prazo máximo sem utilização não pode exceder os seis meses.
A discussão da alteração foi aproveitada pelo vereador da CDU, Nuno Libório, para voltar a criticar as PPP na saúde, considerando que pagar pelo estacionamento é estar a contrariar as necessidades da população. A sua força política votou contra o documento. A eliminação do pagamento, disse, é uma “expectativa justa” de utentes e funcionários e lamentou que o abaixo assinado com mais de duas mil assinaturas recolhido pela CDU, visando a abolição de pagamento de estacionamento, não tenha surtido efeito. “Esperamos que o Governo não renove a PPP que faz do hospital um belo negócio, de que o estacionamento é exemplo”, criticou. O Bloco de Esquerda também votou contra as alterações propostas.
Alberto Mesquita lembra que a maioria dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde na Área Metropolitana de Lisboa tem estacionamento pago, para proporcionar aos utentes a rotatividade desejada de lugares, permitindo dessa forma que todos possam estacionar.