Almeirim vai ter uma agroindústria de exportação de cenouras bebés com uma tecnologia única em Portugal. O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, refere que este investimento de cinquenta milhões de euros fará de Almeirim “o maior produtor de ‘baby-carrot’ (cenouras bebé) da Europa”, valorizando os recursos com uma oferta diversificada. O contrato entre a americana 52-Fresh e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) que estabelece incentivos do Estado português foi assinado na terça-feira, 25 de Junho, na câmara municipal.
A produção de cenoura vai toda para exportação num volume de 35 milhões ao ano, segundo revelou o secretário de Estado. A fábrica vai ficar instalada em terrenos da Quinta da Alorna, na freguesia de Fazendas de Almeirim, no actual eucaliptal na estrada de acesso da localidade à Estrada Nacional 118 e ao IC10. Prevê-se que a fábrica comece a ser construída no Outono e que vá criar numa primeira fase 183 postos de trabalho, dos quais 42 são altamente qualificados.
O empresário Yannick Le Mintier, que tem instalações na Califórnia, já vinha há cerca de quatro anos a conversar com a Câmara de Almeirim e com a AICEP para a instalação da indústria numa zona de terrenos dos melhores que existem na Península Ibérica em termos de produção. Para o presidente da câmara, Pedro Ribeiro, este investimento é importante não só do ponto de vista da criação de postos de trabalho, mas também como factor de diversificação da agricultura do concelho de Almeirim e da região. O empresário está a fazer contactos no sector e já se tornou associado da Torriba - Organização de Produtores de Hortofrutícolas, fundada em 1997 e sedeada no concelho de Almeirim. Uma das mais dinâmicas da região e do país.
Pedro Ribeiro desejou que a unidade industrial dure muitos anos, que faça muito dinheiro e através dos impostos contribua para a qualidade de vida do concelho. O projecto dedicado exclusivamente à exportação teve um bom acolhimento da AICEP, que o considerou importante para o país, por ter como condições fundamentais o facto de ser um investimento seguro, sustentável e orientado para a exportação.
A empresa será a segunda maior empregadora do concelho, segundo revelou o presidente da autarquia, salientando que a introdução deste produto na região contribui para a rotação de culturas, “o que é muito importante do ponto de vista ambiental”. Pedro Ribeiro antevê que os postos de trabalho vão ser multiplicados também por postos de trabalho indirectos. O secretário de Estado sublinha que se juntar o talento ao valor que estas terras do Vale do Tejo têm, consegue-se investimentos no agroindustrial e outros. Nos últimos quatro anos a AICEP contratualizou investimentos de 2,7 mil milhões de euros.
A fábrica vai ter tecnologia que não existe em Portugal, segundo revelou o governante, o que constitui uma mais-valia, “que acrescenta valor à nossa gente”. Para a captação do investimento para Almeirim contribuiu a oferta que a cidade tem em termos de serviços de saúde, educação, cultura e desporto. O concelho de Almeirim registava em Maio 395 desempregados, segundo as estatísticas do Instituto de Emprego.