É mais um caso, não de falta de ética, mas de falta de vergonha, na câmara da Chamusca. A maioria socialista, com o voto de qualidade do presidente Paulo Queimado, ao aprovar a compra de um edifício, por oitenta mil euros, a um dos seus vereadores, deu um bom exemplo do que é esbanjar dinheiro dos nossos impostos numa situação de favorecimento político.
A justificação de que o edifício se destina a acolher o arquivo municipal não convence ninguém, até porque a câmara já comprou um outro edifício para esse fim, edifício que continua desocupado mas que a câmara diz não ter condições para o fim para que foi comprado.
Os eleitos do PS compraram o primeiro edifício sem cuidarem de saber se tinha condições para acolher o arquivo. Agora procederam da mesma maneira. O presidente da câmara disse inicialmente, na reunião de câmara onde foi aprovada a compra, que não havia qualquer estudo prévio para avaliar essa possibilidade e mais tarde, durante a sessão da Assembleia Municipal, disse, metendo as mãos pelos pés, que havia vários projectos.
Mesmo sem qualquer estudo ou projecto e perante estes factos noticiados por O MIRANTE, estou em condições de dizer que o presidente da câmara, Paulo Queimado e a vice-presidente, Cláudia Moreira, ao aprovarem o esbanjamento de oitenta mil euros de dinheiro públicos, para comprarem uma casa velha ao seu camarada de vereação, estão em boas condições de serem investigados pelo ministério público e de serem afastados dos cargos que ocupam. Da parte dos eleitores, quase que apostava que o castigo vai ser a reeleição, no próximo ano, por uma maioria super absoluta, tal o nível a que chegou a nossa democracia.
Fernando de Carvalho