Afonso Costa renuncia ao mandato na assembleia de freguesia onde nunca compareceu
O autarca socialista, que perdeu a Junta de Alverca para a CDU nas últimas autárquicas, abandona o barco sem apresentar grandes justificações. A decisão já se adivinhava, pois o eleito só compareceu à tomada de posse e nunca mais pôs os pés nas sessões.
Afonso Costa, ex-presidente da Junta de Freguesia Alverca pelo PS, renunciou, na segunda-feira, 24 de Junho, ao mandato na Assembleia de Freguesia de Alverca, para onde tinha sido eleito nas últimas autárquicas, sem adiantar grandes justificações para essa decisão.
Após a derrota eleitoral nas autárquicas de 2017, quando perdeu a junta para a CDU, o político socialista ainda tomou posse como eleito da assembleia de freguesia mas a partir daí não compareceu em mais nenhuma sessão, no que foi visto por alguns sectores como um sintoma de mau perder e de desvalorização do estatuto da oposição. Ao longo destes quase dois anos de mandato, Afonso Costa foi apresentando sucessivos pedidos de suspensão do mandato e, em Março último, uma fonte do PS já tinha dito a O MIRANTE que era uma questão de tempo até o eleito renunciar ao cargo. O que aconteceu agora.
Através de uma carta endereçada à mesa da assembleia de freguesia, Afonso Costa refere apenas que a decisão foi muito ponderada face à estima, consideração e respeito que merecem os eleitores, em especial os que votaram na lista do Partido Socialista.
Afonso Costa liderou durante 12 anos a Junta de Alverca, depois de ter conseguido derrubar a CDU, em 2005. Mandatos sucessivos mas impregnados de promessas vãs em áreas como o ambiente, acessibilidades e dinamização do comércio, que acabaram por o encaminhar para o descrédito político. Prova disso foi a derrota nas últimas autárquicas para Carlos Gonçalves da CDU.
Na carta que agora redigiu, Afonso Costa tenta amenizar a derrota, lembrando feitos antigos, como a construção de parques infantis, de caminhos pedonais e passeios e sublinhando que sai de consciência tranquila por ter feito o melhor possível por aquela freguesia. Refere ainda que “há muitas formas de servir a nossa terra” e que vai continuar a fazê-lo, mas “através de outros mecanismos, como o da intervenção cívica e social”.