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Assembleia da Chamusca fala em promiscuidade na compra de imóvel a vereador socialista
Eleitos da oposição não esconderam o desconforto pela forma como o presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado, está a desbaratar dinheiro

Assembleia da Chamusca fala em promiscuidade na compra de imóvel a vereador socialista

Eleitos da maioria socialista não se manifestaram na última assembleia municipal mostrando desconforto relativamente ao assunto. Compra de propriedade ao vereador em exercício, Manuel Romão, promete continuar a dar que falar. Eleitos da oposição na assembleia municipal questionam a forma atabalhoada como o presidente da Câmara da Chamusca gere os dinheiros públicos.

A inabilidade política e/ou a falta de estratégia nos investimentos da Câmara da Chamusca ficou evidenciada na última assembleia municipal, em que se discutiu a compra de um edifício a um vereador da maioria socialista, sem qualquer estudo prévio. O presidente, Paulo Queimado, não aprendeu com o erro de ter comprado em 2015 outro edifício para o mesmo objectivo de instalar o arquivo municipal e que, depois de obras, veio a verificar-se não ter condições para guardar os documentos da câmara. Os eleitos da oposição não esconderam o desconforto pela forma como o líder do executivo está a desbaratar dinheiro e a dar uma má imagem política da Chamusca.
A eleita da CDU, Manuela Marques, abriu o leque de críticas ao questionar uma situação de conflito de interesses na compra do imóvel de duzentos metros quadrados ao vereador Manuel Romão, por oitenta mil euros. A compra foi decidida na reunião do executivo em que Romão, quarto da lista do PS, estava a substituir Rui Ferreira (que se encontra de férias) e viu-se constrangido por uma situação em que Paulo Queimado não teve a habilidade de o poupar, já que podia passar o assunto para outra reunião.
Ficou evidente que a bancada socialista na assembleia estava desconfortável, uma vez que o seu líder, Nuno Mira, que costuma elogiar as decisões de Queimado, não abriu a boca nesta matéria. O que foi notado pela vereadora da CDU, Gisela Matias: “A bancada socialista está, claramente, comprometida”, referiu no final.
O presidente do município disse não ver qualquer conflito de interesses, mas sim um interesse público, justificando que “este negócio não é de agora e o edifício consta no Plano Estratégico de Regeneração Urbana”. Só que a explicação não convence os políticos da oposição, com Nuno Jesus (coligação PSD/CDS) a lembrar que “não existe um estudo prévio feito que dê garantias de que o imóvel terá todas as condições estruturais para acolher o arquivo municipal”.

Erros atrás de erros
Em 2015 a câmara, já liderada por Paulo Queimado, resolveu um imbróglio do tempo de Sérgio Carrinho ao comprar o edifício Salter Cid, por 463 mil euros, para instalar o arquivo municipal. Avançou para obras sem qualquer estratégia ou estudo e depois foi confrontada com a conclusão das vistorias técnicas de que o espaço não tinha condições para suportar o peso do arquivo municipal. “Voltamos ao mesmo erro: comprar edifícios sem ter estudos e projectos feitos”, vincou Nuno Jesus, deixando Paulo Queimado sem argumentos.
Apesar de ninguém ter questionado sobre a coincidência de Manuel Romão estar a substituir Rui Ferreira na altura em que foi aprovada a compra, (18 de Junho), Queimado puxou o assunto para dizer que se tratou de uma coincidência. Mas para alguns eleitos trata-se de uma demonstração de “promiscuidade” e um claro “favorecimento” a Manuel Romão, ex-veterinário municipal, que não foi poupado ao “ridículo”.
Questionado por O MIRANTE, sobre a existência de possível favorecimento no caso da compra do imóvel a Manuel Romão, Joaquim Garrido, presidente da Assembleia Municipal da Chamusca, disse que se os eleitos têm dúvidas podem recorrer aos mecanismos legais.

Assembleia da Chamusca fala em promiscuidade na compra de imóvel a vereador socialista

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