Samora Correia é uma cidade em crescimento com muitos altos e baixos
Oposição política acha que a cidade é mal governada. Câmara e junta de freguesia dizem que o Estado não cumpre e que há um crescimento sustentável. Assembleia de freguesia realizou-se no dia em que se celebravam dez anos sobre a data de elevação da vila a cidade.
Com o estatuto de cidade há uma década, Samora Correia está a perder a sua identidade e a abrandar o ritmo de desenvolvimento. A visão foi partilhada por vários autarcas da assembleia de freguesia e da câmara municipal que defendem mais serviços e equipamentos para a maior e mais populosa freguesia do concelho de Benavente que dizem estar subaproveitada.
A cidade de Samora Correia está parada no tempo, à espera de ganhar novo fôlego para fazer valer a sua importância e dimensão. A visão foi partilhada por vários autarcas da oposição CDU na última reunião do executivo da Câmara de Benavente e na Assembleia de Freguesia de Samora Correia, realizada na noite em que se assinalaram os 10 anos de elevação a cidade.
Ricardo Oliveira (PSD), vereador na Câmara de Benavente, iniciou a sua intervenção na última sessão do executivo municipal com críticas às políticas da CDU, que lidera o município e aquela freguesia. “Havia a expectativa que alguma coisa pudesse mudar, mas aquilo a que se assistiu nestes 10 anos foi um retrocesso e estagnação, culpa desta gestão CDU que tem hipotecado o presente e o futuro daquela população”, referiu.
O autarca considera que deveriam ter sido captados mais serviços para Samora Correia, entre outros, uma loja do cidadão, melhores acessos nos cuidados básicos de saúde, espaços de lazer e lutar por melhorias nos transportes públicos.
“A gestão CDU tem tratado Samora Correia como uma aldeia ou pequena vila e não como uma verdadeira cidade, não a fazendo acompanhar de serviços públicos e equipamentos dignos da designação”, considerou, por seu lado, o vereador do PS Pedro Pereira.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), optou por não se alongar em comentários, mas quis frisar que não aceita uma “consideração negativa dos dez anos de elevação” de Samora Correia a cidade e entende que “os ganhos [de se passar a cidade] não são significativos”.
Tal como o presidente do município, também Hélio Justino (CDU), vereador e ex-presidente da Junta de Samora Correia desvalorizou os comentários negativos da oposição, considerando que “a elevação a cidade é uma mera designação que não traz benefícios”. E lembrou que, enquanto cidade, Samora “tem de dispor de uma esquadra da PSP ou de um posto da GNR com 40 militares”, situação que o Estado português em 10 anos não cumpriu.
Assembleia no dia do aniversário
À semelhança de anos anteriores, a Assembleia de Freguesia de Samora Correia reuniu na noite de 12 de Junho, dando início ao programa de festejos naquela cidade. O presidente de junta, Augusto Marques (CDU), fez um balanço positivo, notando que se está a “assistir a um crescimento sustentável” em Samora Correia. “Um dos factores que é notório é o crescimento populacional nestes 10 anos, mas também a requalificação das escolas, termos mais uma creche, rotundas requalificadas, a zona urbana embelezada, espaços desportivos e mais tecido empresarial”, defendeu.