Centro Escolar da Chamusca abriu sem vistorias e obriga autarca a pedir desculpa
Paulo Queimado mentiu na assembleia municipal de Abril, quando disse que as vistorias tinham sido feitas. Edifício foi inaugurado sem as vistorias da ANPC e da CERTIEL, apesar do presidente da câmara ter dado garantias de que tudo estava em conformidade para que o espaço, frequentado por mais de 200 crianças, começasse a funcionar.
O presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado, viu-se obrigado a pedir desculpa aos eleitos da assembleia municipal, na sessão desse órgão realizada a 19 de Junho, por ter faltado à verdade na informação que deu sobre as vistorias ao Centro Escolar da Chamusca. O novo equipamento educativo foi inaugurado a 23 de Abril último e no dia 26 de Abril, em assembleia municipal, foi questionado pelos deputados se todas as vistorias tinham sido feitas. O autarca garantiu então que estavam feitas e em conformidade. Dois meses depois veio desculpar-se e assumir, publicamente, que faltou à verdade, sobre um espaço que é frequentado por mais de 200 crianças.
Recorde-se que a questão tinha sido levantada (a 26 de Abril) pelo presidente da União de Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande, Rui Martinho, o que levou o presidente da câmara a elevar o tom e a questionar: “Acha que eu ia abrir um espaço daqueles sem estarem todas as vistorias feitas e em conformidade?”
Queimado garante agora que as questões de segurança “nunca estiveram em causa”, embora estivessem em falta as vistorias da Autoridade Nacional de Protecção Civil e da CERTIEL (entidade que inspecciona a instalação eléctrica). “A obra foi entregue pelo empreiteiro e disseram que estava tudo em conformidade. Os técnicos da câmara fizeram a vistoria e estava tudo em conformidade com o projecto. Assumimos que estava tudo bem”, disse o autarca, acrescentando: “Faço um pedido de desculpa à assembleia, por ter dado uma informação incorrecta”.
Segundo ainda Paulo Queimado, a obra foi entregue à autarquia pelo empreiteiro, apenas na véspera da inauguração. As vistorias só foram feitas em Maio.
A bancada do PSD/CDS reagiu e este pedido de desculpa pela voz de João Santos (que substituiu Silvina Fernandes nesta assembleia), uma vez que Rui Martinho não fez qualquer intervenção durante toda a sessão. “Foi só dessa vez que houve engano? Não sei agora até que ponto voltarei a confiar nas afirmações peremptórias por parte do executivo. Parece que o executivo fica fragilizado porque fez uma afirmação que afinal não era verdade”.
Refira-se que o espaço foi inaugurado na presença do primeiro-ministro António Costa, com mais de um ano de atraso em relação ao prazo previsto.
No início de Abril, O MIRANTE tentou contactar o responsável da obra, que estava a cargo da empresa Teixeira Pinto e Soares SA., para saber do ponto de situação da mesma e se estava tudo em conformidade para abrir portas. O MIRANTE enviou ao responsável um conjunto de questões que nunca chegaram a ser respondidas.