Fenda em parede interior da Torre das Cabaças preocupa
Monumento nacional apresenta uma fissura numa parede que tem vindo a alargar. Câmara de Santarém promete obras para solucionar o problema.
Uma parede interior do primeiro piso da Torre das Cabaças apresenta uma fenda que tem alargado nos últimos tempos com a consequente queda de caliça. A situação não é, no entanto, impeditiva de visitas a esse monumento nacional que alberga o Núcleo Museológico do Tempo, segundo disse a O MIRANTE a vice-presidente da Câmara de Santarém, Inês Barroso. A autarca afirmou ainda que a anomalia já estava identificada há algum tempo e vai ser reparada.
A situação foi denunciada em termos bastante críticos nas redes sociais pelo antigo presidente da Câmara de Santarém e actual líder concelhio do Partido Socialista, José Miguel Noras. “Deveríamos castigar a parede interior que ruiu, no primeiro piso do cabaceiro. E porquê? A parede não falou suficientemente alto. Ficou apenas, largos meses, a exibir uma sua enorme fenda. Mas, mais nada, nem um grito deu. Como é evidente, com tanta festividade, quem é que iria ligar à parede interna do cabeceiro?”, escreveu Noras.
A Torre das Cabaças, ou Cabaceiro, como também é popularmente conhecida, é uma antiga torre relógio. A designação popular fixou-se nos finais do século XVIII, derivada das sete ou oito cabaças de barro colocadas na estrutura de ferro que suporta o enorme sino de bronze datado do 1604. A torre relógio de Santarém, construída em meados do século XV, ergueu-se sobre uma estrutura pré-existente: uma torre do recinto muralhado da vila medieval ligada à Porta de Alporão.
Do outro lado da mesma rua. No centro histórico da cidade, situa-se a Igreja de São João do Alporão, que se encontra encerrada desde 2012 por razões de segurança devido ao desprendimento de pedras da sua estrutura. A Câmara de Santarém tem prevista uma intervenção nesse monumento nacional, dirigida para a estrutura, cobertura e drenagem do edifício, de forma a combater as infiltrações. Será colocada uma rede, como medida paliativa para prevenir o desprendimento de pedras e permitir a reabertura e visitação do espaço. A intervenção será feita em articulação com a Direcção Geral do Património Cultural.