Hospital de Santarém reforça serviços partilhados com centros de saúde
O Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria tem vindo a assumir algumas tarefas do hospital distrital, promovendo cuidados de saúde mais próximos das pessoas. Os centros de saúde vão passar a acompanhar utentes na área da saúde mental, oncologia e doentes hipocoagulados.
O Hospital de Santarém reforçou na segunda-feira, 24 de Junho, a interacção com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria com a assinatura de três protocolos que permitem partilhar serviços, aliviando a afluência ao hospital e evitando deslocações. Em preparação estão mais dois acordos de cuidados de proximidade nas comunidades abrangidas pelo ACES.
Os protocolos prevêem a prestação de cuidados na área da oncologia, da psiquiatria e de doentes hipocoagulados, que precisam de acompanhamento frequente. Na área da oncologia os centros de saúde vão passar a fazer a retirada dos infusores (dispositivo por onde é administrada a quimioterapia) e o acompanhamento da situação posterior, evitando a deslocação ao hospital, sobretudo de doentes que residem mais longe. Nesta primeira fase prevê-se atender cerca de cem doentes, conforme explica o director do ACES Lezíria, Carlos Ferreira, acrescentando que os enfermeiros dos centros de saúde receberam formação do hospital.
No caso da psiquiatria, as equipas de cuidados na comunidade vão acompanhar doentes que recorrem várias vezes por ano às urgências hospitalares, nos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Chamusca e Salvaterra de Magos, além de outros onde o programa já estava a funcionar. Estas equipas são formadas por enfermeiros com especialidade em saúde mental, sendo que esta área é uma prioridade para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), conforme evidenciou o seu presidente, Luís Pisco, que assinou os protocolos.
Em relação aos doentes hipocoagulados, a grande vantagem é evitar que estes tenham que se deslocar frequentemente ao hospital para serem acompanhados, passando esse trabalho a ser feito por profissionais dos cuidados de saúde primários. Estes doentes precisam de tomar anticoagulantes, que diluem o sangue, em patologias como tromboembolismo venoso e pulmonar. Em marcha estão mais dois projectos que vão entrar em funcionamento em breve. O primeiro é na área do acompanhamento de doentes com tuberculose pulmonar e o outro é para acompanhamento pelos centros de saúde de doentes com feridas complexas.
Para a presidente do conselho de administração do Hospital Distrital de Santarém estas interacções potenciam o que as duas instituições têm de melhor. Para Ana Infante a articulação de serviços com o agrupamento de centros de saúde tem essencialmente ganhos para os utentes, que evitam deslocações e tempos de espera. Para o presidente da ARS-LVT estas iniciativas contribuem não só para a saúde como para o bem-estar das pessoas, numa lógica de serviços de “proximidade com qualidade”.