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“Um associativismo fragmentado não consegue influenciar políticas públicas”

Mensagem do presidente da AIP na cerimónia do 34º aniversário da Nerlei

“A fragmentação e o alheamento crescente das empresas resulta de um associativismo disperso e fragmentado que, obviamente, não consegue influenciar as políticas públicas económicas”, afirmou o presidente da AIP, José Eduardo Carvalho. O responsável voltou a criticar a fragmentação do associativo empresarial. Falando na sessão comemorativa do 34º aniversário da Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria, no dia 25 de Junho, José Eduardo Carvalho alertou também para a actividade associativa desligada da realidade.
“Em meados de 2011 havia 773 associações empresariais. Num estudo feito pela CIP, em Dezembro do ano passado, já havia 1064, o que significa que houve uma taxa de crescimento de 40% em sete anos. Existe uma associação empresarial por cada 375 empresas que entregam IES”, especificou.
E acrescentou: “Uma actividade associativa desfasada das necessidades das empresas provoca o alheamento crescente das mesmas”.
Sobre a actual crise de representatividade orgânica dos interesses económicos, José Eduardo Carvalho referiu que a mesma se verifica tanto nos sindicatos como nas associações empresariais.
“Já toda a gente conhece a criação dos sindicatos independentes. São refractários ao movimento sindical e político na sua própria acção. E têm outra característica, a radicalização das suas posições. Nas associações empresariais também se verifica esta crise. Mas traduz-se na fragmentação e no alheamento” disse.
Referindo-se à evolução do sistema de representatividade orgânica dos interesses empresariais, o presidente da AIP sublinhou o que considera ser uma contradição.
“Por um lado, temos um código do trabalho e um quadro laboral assente nas premissas da segunda revolução industrial. Por outro, estamos a viver uma revolução tecnológica que vai ter efeitos no sistema produtivo, nas remunerações, nas relações laborais, no tipo de emprego, nos horários, na carreira e nas profissões. O desafio vai ser gerir os efeitos desta contradição com uma concertação social esclerosada e com um quadro jus laboral que não se adequa aos tempos que correm e aos que aí vêm”.
Por último, o presidente da AIP prognosticou duas tendências. “A primeira tem a ver com as limitações à extensão das convenções colectivas de trabalho. A segunda é a descentralização das negociações sociais para dentro das empresas, restando às convenções matérias que relevam da ordem pública social e do direito internacional”.

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