Queimado não tem projectos para edifício que comprou a vereador substituto
A oposição continua a falar em falta de estratégia e inabilidade política do presidente da Câmara da Chamusca.
Se dúvidas houvesse, a última reunião de câmara da Chamusca foi bem esclarecedora sobre a falta de estratégia nos investimentos e gestão de dinheiros públicos do executivo camarário liderado por Paulo Queimado (PS). Questionado pelo vereador Rui Rufino (PSD) sobre se já existia algum orçamento para as obras que vão ser feitas no edifício adquirido recentemente ao vereador socialista em substituição, Manuel Romão, Paulo Queimado, afirmou que não existe orçamento, porque não existe um projecto final.
“Como sabe, só quando os projectos estão concluídos é que há orçamentos”, admitiu Paulo Queimado. Ora, é exactamente com a falta de projectos concluídos e de estudos prévios que a oposição sustenta a inabilidade estratégica e política de Paulo Queimado e da maioria socialista em comprar imóveis sem finalidade previamente definida e sustentada tecnicamente.
A última reunião de câmara da Chamusca voltou a colocar Paulo Queimado perante questões que já tinham sido debatidas quer nesse fórum quer na assembleia municipal: a recente compra de um edifício a Manuel Romão, no valor de 80 mil euros - numa reunião em que o vendedor estava como vereador substituto pelo PS – e a aquisição do edifício Salter Cid há já alguns anos.
Tal como O MIRANTE tinha já noticiado, a câmara comprou um imóvel para o qual não tem uma ideia objectiva para a sua finalidade. Ao que tudo indica será para acolher parte do arquivo municipal e histórico do município. Mas estudos prévios não existem. Queimado referiu apenas que o edifício será ampliado nas traseiras para aproveitar todo o espaço possível. “A entrada será feita pelas traseiras e o espaço vai ser ampliado”.
Sobre o edifício Salter Cid, Queimado recordou que este é um processo com mais de 15 anos que lhe “caiu nas mãos” deixado pelo anterior presidente Sérgio Carrinho (CDU). Segundo admitiu, aquando da compra do imóvel, em 2015, era suposto esse edifício acolher o arquivo municipal, o que, após algumas obras, se verificou inviável (ver edição de O MIRANTE de 4 de Julho de 2019). Tudo porque, também neste caso, não houve estudo prévio feito. Agora veio dizer que, afinal, o espaço poderá vir a acolher “uma parte mais leve” do arquivo municipal.
Queimado incomodado com a presença de O MIRANTE
As dúvidas sobre a gestão de dinheiros e a falta de estratégia nos investimentos da Câmara da Chamusca foram noticiados por O MIRANTE nas últimas edições. Vereadores da oposição e alguns deputados da assembleia municipal revelaram a O MIRANTE esse mesmo desconforto. Paulo Queimado demonstrou estar atento às notícias, pois a sua intervenção na última reunião de câmara começou por este ponto. Queimado mostrou de tal forma o incómodo por O MIRANTE estar presente nessa sessão pública, que exigiu mesmo que as fotografias fossem tiradas sem flash, porque lhe estava a criar “dores de cabeça”.