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Memórias gastronómicas nas Festas de Nossa Senhora do Castelo em Coruche
Cortejo histórico e etnográfico de Corcuhe mobilizou população de todas as idades

Memórias gastronómicas nas Festas de Nossa Senhora do Castelo em Coruche

Cortejo etnográfico foi um dos pontos altos das Festas de Nossa Senhora do Castelo em Coruche

O arroz doce e os bolos de mel e pinhão, que eram oferecidos aos convidados no dia do casamento, o achigã do rio, frito ou assado, os marmelos na panela com água e açúcar mexidos durante horas com uma colher de pau até se transformar em marmelada. Estas são algumas memórias gastronómicas recriadas no cortejo histórico e etnográfico nas festas em honra de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche, que decorreu no sábado, 17 de Agosto. Este ano, sob o tema “Da Terra à Mesa”, o desfile foi mais um momento muito apreciado pelos visitantes, cheio de cor e movimento, que contou com o empenho de colectividades e de muitos voluntários.

Lina David, 47 anos, Coruche

Lina David, 47 anos, Coruche
Lina David, 47 anos, transporta cuidadosamente o prato de arroz doce e os bolinhos de mel, tapados por um pano, que antes serviam para oferecer aos convidados do casamento. A representante da Associação Cultural, Social e Recreativa do Rebocho conta que ainda hoje há muitas pessoas que continuam a fazer questão de colocar na mesa o arroz doce, os bolos brancos e de mel e o pão-de-ló para adoçar a boca dos convidados no casamento. “Esta é uma tradição que deve continuar a ser transmitida às novas gerações para que a memória e as receitas não desapareçam”, realça.

Ana Maria Mendes, 51 anos, Foros da Branca

Ana Maria Mendes, 51 anos, Foros da Branca
Ana Maria Mendes leva os marmelos para descascar e depois fazer marmelada. A participante do Grupo Sénior Artes e Costura dos Avós da Branca, diz que a marmelada deve ser feita nos meses de Outubro e Novembro, quando os marmelos estão maduros. A diferença é que, em vez de se mexer horas com uma colher de pau, agora recorre-se aos robôs de cozinha e outras máquinas que poupam esforços. A participante, de 51 anos, diz que pelo que depender dela este e outros produtos vão continuar a fazer parte da gastronomia local.

Célia Recatia, 50 anos, Biscainho

Célia Recatia, 50 anos, Biscainho
Célia Recatia leva no seu grande alguidar vários achigãs, peixe em abundância no rio Sorraia e muito apreciado em Coruche. A participante em nome da Freguesia do Biscainho, de 50 anos, adianta que muitas pessoas continuam a consumi-lo e a confeccioná-lo, sobretudo frito. “Na minha casa faço-o com regularidade e é óptimo”, afirma a residente no Biscainho, concelho de Coruche. Célia acredita que os mais novos vão continuar a valorizar o que a terra tem de melhor e as suas tradições, porque uma comunidade é feita também de particularidades.

Alexandre Tadeia, 43 anos, Coruche

Alexandre Tadeia, 43 anos, Coruche
Alexandre Tadeia, presidente da Associação Búzios, vai soltando pregões enquanto transporta as sardinhas e as cavalas em sal na sua bicicleta. O participante de 43 anos diz que, apesar da ligação de Coruche aos peixes do rio, a sardinha e a cavala também tiveram sempre um grande peso no concelho. “Ainda hoje nas festas não falta a sardinha assada ou em escabeche”, diz o residente em Coruche. Alexandre considera que se deve continuar a apostar nos produtos da terra como forma de contribuir para a economia local e para a valorização da gastronomia típica.

Memórias gastronómicas nas Festas de Nossa Senhora do Castelo em Coruche

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