Faltaram estátuas de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa em Santarém
Se fosse o público a escolher a II edição do Festival de Estátuas Humanas de Santarém tinha pelo menos mais duas personagens. Estátuas foram vistas por mais de vinte e cinco mil pessoas. Os populares não esconderam a admiração perante a arte de conseguir estar imóvel durante tanto tempo.
O primeiro-ministro António Costa e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foram os ausentes mais presentes no II Festival de Estátuas Humanas de Santarém, pelo menos a avaliar pelas opiniões recolhidas por
O MIRANTE no arranque do evento, no dia 9 de Agosto.
“António Costa quando está calado é um poeta. Que bom seria tê-lo aqui em estátua”, diz Rui Emílio quando lhe perguntámos qual a figura pública que os artistas deviam ter escolhido para representar. Já Marta Vassalo opta por Marcelo Rebelo de Sousa. “Era bom vê-lo aqui, quieto e calado, para variar, já que estamos habituados a vê-lo sempre com demasiada energia”.
O festival encheu as ruas do centro histórico de Santarém. Segundo dados da câmara municipal, as estátuas foram vistas por mais de vinte e cinco mil pessoas. Os populares não esconderam a admiração perante a arte de conseguir estar imóvel durante tanto tempo. A maioria das pessoas ouvidas por O MIRANTE confessou que jamais conseguiria estar sem se mexer durante tanto tempo. “É fascinante estar a olhar para eles. Alguns nem pestanejam, é incrível”, refere Rui Emílio.
Nuno Sacadura, outro dos visitantes das estátuas humanas, destaca a vertente artística. “É um tipo de arte que não estamos acostumados a ver. A mim transmite-me algo que não consigo explicar bem mas isso é o que me fascina”.
“Fiz uma estátua descalça e as crianças fizeram-me cócegas nos pés”
Como se consegue estar tantas horas imóvel? À pergunta de O MIRANTE responde Gabriel Silva, de Vila Nova da Barquinha. “Só fazendo várias vezes é que se consegue ganhar esta resistência”.
E como reage o público? “O mais engraçado que já me aconteceu foi quando fazia de uma estátua descalça e as crianças me foram fazer cócegas nos pés”, conta Carolina Seia.
Desde estátuas humanas mais mitológicas, como “O Minotauro” e a “Mama Killa – Deusa Inca”, passando pelas estações do ano “Outono” e “Inverno”, até às mais contemporâneas como José Saramago e às mais cómicas como o “Polícia Sinaleiro”, “O Manda Chuva”, “Pablo El Bola” ou “Le Sommelier” nada faltou ao II Festival de Estátuas Humanas, uma organização dos Quideia, uma empresa de animação de Alpiarça, que este ano teve como tema “Num passeio… muitas histórias”.
No total, estiveram 16 estátuas a concurso e quatro convidados representados por artistas conceituados: Cartoonette, Madame Cherry, O Flautista de Hamelin e o Senhor Árvore, todos eles já premiados quer a nível nacional quer a nível internacional.
A animar a festa estiveram também os Human’Arte com os seus malabares de fogo, na noite de sábado, dia 10, e a Orquestra Improvável, a 11 de Agosto.
A estátua humana “Rainha Santa Isabel”, de Cláudia Neto, e “O Padrão de Santa Iria”, de Lia Baptista, foram as que reuniram mais apoios, quer do público, quer do júri, no II Festival de Estátuas Humanas de Santarém. As duas artistas são de Santarém e têm experiência na área do teatro. Cláudia Neto tem 44 anos e Lia Baptista 17.
As vencedoras foram escolhidas através de votação no recinto do festival e online, no caso de “Rainha Santa Isabel”, e por um júri, no caso do “O Padrão de Santa Iria”. O júri foi composto por Inês Barroso, vice-presidente da Câmara de Santarém, Cremilda Salvador, artista plástica e Francisco Selqueira, actor e animador cultural.