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Reconversão da Central do Pego em estudo para tentar evitar despedimentos
Central do Pego ainda funciona através da queima de carvão

Reconversão da Central do Pego em estudo para tentar evitar despedimentos

Central termoeléctrica tem fecho anunciado para final de 2021 e estão a ser avaliadas novas finalidades para aquele complexo no sentido de evitar extinção de postos de trabalho.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), já reuniu com o secretário de Estado da Energia para resolver a situação da Central Termoeléctrica do Pego cujo encerramento foi anunciado para o final de 2021, ano em que termina o contrato de aquisição de energia. A Central do Pego dá emprego a várias centenas de trabalhadores da região, o que tem preocupado não só o município como a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), que também reuniu com os administradores da Tejo Energia. Valamatos disse em sessão camarária que o município está a preparar nova reunião na Central do Pego.
“A Termoeléctrica do Pego é, actualmente, o maior produtor de electricidade da Península Ibérica. Estão em causa muitos postos de trabalho mas este é um problema que também pode ser uma oportunidade e é nisso que estamos a trabalhar”, afirmou o autarca, acrescentando que não fazia mais comentários sobre o assunto. O autarca respondia a uma questão levantada pela vereadora Paula Moura Ramos (PSD), que substituiu o vereador Rui Santos, que estava de férias.
Esta é uma das centrais que se manteve com Contrato de Aquisição de Energia (CAE), incentivo à produção que foi substituído pelos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC). O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou, em Maio deste ano, que a Central do Pego vai encerrar até 2022. A 12 de Dezembro do ano passado, a presidente executiva da Tejo Energia, Beatriz Milne, afirmou, no Parlamento, que a empresa quer dar uma nova finalidade à Central do Pego, acrescentando que já tinham sido iniciados contactos com o Governo para avaliar a hipótese de uma central de resíduos florestais.
“É óbvio que a responsabilidade que temos de dar trabalho a 200 famílias directamente, a outras 100 indirectamente, e de ser um motor de desenvolvimento da região faz com que analisemos todas as possibilidades existentes para continuar a ter essa responsabilidade com essas pessoas e com o município, mas vai depender muito das políticas ambientais e do contexto fiscal e regulatório”, declarou, na altura, a gestora.
O presidente da Endesa Portugal defendeu, em Janeiro deste ano, que a Central do Pego tem condições para continuar a operar depois de 2021, ressalvando que essa possibilidade está dependente de uma decisão política. “A central está ainda em condições de prolongar a sua vida, mas há o facto de politicamente estar definido que não queremos mais carvão, CO2 ou emissões”, disse Nuno Ribeiro da Silva, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade.

Zero quer fim de centrais do Pego e Sines até 2023

A associação ambientalista Zero defendeu o fim das centrais a carvão do Pego e também de Sines (distrito de Setúbal) até 2023, começando já em 2021 com a desactivação de metade da central de Sines. “Dois dos quatro grupos [geradores onde se queima carvão] da central devem ser desactivados já em 2021”, defende a associação, que quer ver Portugal “livre de carvão mais cedo” que 2030, data apontada pelo Governo para o encerramento de Sines.
O fecho das centrais não obriga o Estado a dar qualquer compensação aos operadores, destaca a Zero, apontando que os contratos de funcionamento de Sines terminaram em 2017 e que no Pego terminam em 2021.

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