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Os pregões de Duarte Marques e o euromilhões de Miguel Pombeiro

Indefectível Manuel Serra d’Aire
Se há coisa que o deputado do PSD Duarte Marques sabe é como conquistar espaço mediático. Seja a pretexto dos incêndios, da poluição no Tejo ou, quando não há melhor assunto ou mais imaginação, chamando besta ao primeiro-ministro nas redes sociais, como aconteceu em meados de Agosto, quando também comparou António Costa com Trump e Bolsonaro. Já há uns anos, Duarte Marques tinha dado a conhecer ao mundo a sua euforia com a detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates pelo juiz Carlos Alexandre, seu conterrâneo de Mação, escrevendo no Facebook um exuberante: “Aleluia! A malta de Mação não perdoa”. Uma exclamação tão entusiástica que até incomodou o recatado magistrado.
Não sei se foi esta capacidade de produzir soundbytes nas redes sociais que levou o presidente do PSD, o habitualmente contido Rui Rio, a enfiá-lo a martelo na lista de candidatos do partido por Santarém às próximas legislativas, ou se foi o receio de Rio em poder vir a ser um dos próximos alvos do teclado corrosivo do jovem político de Mação. O que sei é que Duarte Marques sabe mais a dormir sobre a arte de vender o seu peixe (leia-se, ele próprio) do que muitos outros políticos desta região acordados.
Quem também tem sabido tratar bem da vidinha é o antigo presidente da Câmara da Barquinha, o circunspecto Miguel Pombeiro, que desde há alguns anos é secretário executivo (leia-se manda-chuva) da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Um cargo de bastidores que lhe assenta que nem uma luva, já que a exposição pública nunca foi o seu forte.
Ao contrário do jovem Duarte Marques, o socialista Miguel Pombeiro fugia das objectivas e dos microfones como o Diabo foge da cruz e agora está como quer. Há anos que não tem que andar a beijar velhotas nas campanhas eleitorais, não tem que aturar cidadãos impertinentes, não tem que ir aos aniversários de colectividades, não tem que aturar a oposição, continua a ter poder e ganha quase tanto como um autarca. Melhor que isso, meu caro, só mesmo o euromilhões.
Li com curiosidade que a Câmara de Benavente decidiu contratar um canhão lança-redes para apanhar pombos, numa tentativa desesperada de vencer a guerra contra essa praga que afecta várias cidades e vilas na região. Há uns tempos li também que a Câmara de Santarém tinha contratado falcões para controlarem a população de pombos na cidade, mas a força aérea, pelos vistos, voa baixinho e os pombos continuam a ser mais que muitos. E desconfio que a artilharia lança-redes em Benavente vai ter o mesmo resultado.
O combate aos pombos só tem uma solução: reintegrá-los na dieta humana, dando-lhes o espaço nos nossos estômagos que em tempos tiveram. Já que não podemos com eles, juntemo-nos a eles. O mote para a batalha poderia ser: “Até os comemos!” Quanto às receitas, a Internet está cheia delas. Se há festivais gastronómicos de tudo e mais alguma coisa, vamos lá criar um que tenha utilidade acrescida para além do encher do bandulho.
Um bacalhau congelado do
Serafim das Neves

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