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Contributos para a compreensão do problema dos jacintos-de-água no Sorraia

Relativamente à vossa publicação de 17/08/2019, com o título “Jacintos-de-água estão a afectar o rio Sorraia e resistem às tentativas de eliminação”, o teor das minhas considerações prende-se com algumas imprecisões e servem de complemento à referida notícia, que julgo essenciais para uma análise mais fundamentada dos leitores. Este texto foi resumido a pedido de O MIRANTE. O texto integral está na minha página de facebook.
“Segundo o presidente da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia (ARBVS), José Núncio, o problema tem-se agravado nos últimos anos dado que tem havido grandes períodos de seca e a água do rio fica parada, condições propícias ao desenvolvimento dos jacintos”.
A água não tem ficado parada devido à seca, podem verificar-se a passagem de vários metros cúbicos por segundo no rio Sorraia, aliás, se o motivo fosse a seca não teria sido possível aumentar o volume de fornecimento de água à agricultura no Vale do Sorraia de 5 a 30% entre 2014/2018.
A causa do abrandamento da velocidade da água são as soleiras propositadamente construídas em 2014 para esse efeito, com o objectivo de conter os materiais inertes junto das pontes e outros locais isolados, evitando a erosão e afundamento do leito, ao abrigo do projecto de que abaixo dou nota. Essa obra provocou exagerados represamentos de água que favoreceram a propagação da nociva planta aquática.
Este projecto do Governo da República Portuguesa foi designado “Empreitada de Gestão Ambiental e Requalificação de Sistemas Fluviais no vale do Sorraia – 1ª Fase”, teve como entidade responsável a ARBVS, um investimento total de 279.631,50€, 100% financiado pelo Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos sob a tutela do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território - Prescindiu de Estudo de Impacto Ambiental.
“O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira, refere que, em conjunto com o presidente da Câmara de Benavente, já expôs a situação ao Ministério do Ambiente e espera uma solução eficaz para a eliminação da praga de jacintos-de-água”.
Em 2015, como se previa, face à escalada ainda possível de dominar da infestação do rio no concelho de Coruche, praticamente limpo até esse ano, entendi dar nota da minha preocupação à Câmara Municipal de Coruche que seria a entidade local com poder para obter informações e exigir uma correcção das obras efectuadas ao abrigo do projecto acima mencionado. A resposta verbal que obtive dessa minha iniciativa, por parte do sr. presidente, foi que a presença de Jacintos-de-água não era preocupante porque a água continuava a correr sob estes, não permitindo a degradação do habitat.
Bem haja a iniciativa promovida pelo José Pastoria pela caminhada “Juntos pelo Sorraia” que irá acontecer no dia 15 de Setembro no Biscainho.
José Simão Cordeiro

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