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Vila Franca de Xira quer ser exemplo nacional nos cursos profissionais

Parece-me que Vila Franca faz bem em apostar nos cursos profissionais. Durante demasiados anos foram erradamente considerados cursos menores da nossa educação, frequentados por delinquentes e jovens que falhavam no percurso escolar dito “normal”. Resquícios do tempo das escolas industriais de Salazar que nada têm a ver com o que se passa nos tempos modernos das escolas profissionais. Na verdade, tendo eu mesmo passado por um desses cursos profissionais de gestão com equivalência ao 12º ano, posso comprovar na primeira pessoa como tal ideia da generalidade da população está errada. Na verdade, os conteúdos programáticos são mais exigentes até que o ensino regular (onde se pode dormir nas aulas e mal ouvir o professor a debitar), as disciplinas são mais completas, os professores mais dedicados e o facto de passarmos três anos seguidos na mesma turma introduz uma estabilidade e laços de amizade que ficam para a vida. Isto, claro, além de proporcionar uma experiência real de trabalho no final com um estágio que permite que muitos jovens saiam da redoma e percebam como é na verdade o mundo do trabalho, com todo o seu suor e lágrimas. Muitos passam todo o seu percurso escolar normal sem nunca terem posto os pés numa empresa. Não admira por isso que muitos recém licenciados pareçam uns imberbes quando entram numa empresa no fim dos cursos. Portugal tem perdido imenso por não apostar nos cursos profissionais, e sobretudo em cursos de metalurgia e mecânica, que muita falta fazem. Nem todos podemos ser doutores, engenheiros ou secretários, mas todos precisamos de quem nos arranje os estores, conserte os esgotos ou o esquentador. É nisso que os cursos profissionais fazem a diferença: dão aos alunos a possibilidade de escolher se querem tirar a licenciatura ou se preferem começar logo a sua jornada profissional. E a boa notícia é que a maioria arranja quase sempre trabalho, ao contrário dos licenciados. Coincidência, não é? Sai um aplauso a Vila Franca de Xira por olhar com respeito e identidade para estes cursos.
Fernando Mateus

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