Domingo, 18 de Agosto, foi o último dia de funcionamento do ImProvável Bar, na Vala Nova, em Benavente sob a responsabilidade do casal que o geria há um ano. Decidiram pôr um ponto final no negócio que se tornou num “presente envenenado”, depois de terem tornado o pequeno quiosque num bar de eleição e dinamizado aquela zona ribeirinha.
O casal aponta o dedo à Câmara de Benavente, dona do imóvel, pelo incumprimento de obras de melhoria solicitadas e que consideravam urgentes para que pudessem continuar de portas abertas. A construção de uma esplanada coberta que protegesse os clientes do mau tempo era um dos pedidos, mas ao invés disso a autarquia instalou uma tenda provisória. O casal sentiu-se defraudado e sem expectativas de que as obras fossem avançar.
“A falta de condições é mesmo muito grande e ano e meio depois já era altura de todas essas lacunas terem sido ultrapassadas”, referem, sublinhando que eram obrigados a fazer o que compete à câmara, desde a limpeza do espaço público envolvente, a acender as luzes do jardim que estavam muitas vezes apagadas ou danificadas.
O pequeno quiosque é feito de materiais frágeis que não protegem nem do calor, nem do frio. Prova disso, dizem, é que nos meses de Verão “a temperatura ultrapassa os 50 graus, o que é bem desagradável e nada saudável”, para quem ali trabalha. “Estou sempre encharcada de tanto transpirar e a tensão sobe brutalmente”, refere a gerente do bar.

Câmara não perdoa rendas
Para a Câmara de Benavente, a decisão do casal foi inesperada uma vez que o serviço agradava à população, mas sublinha que não pode obrigar os arrendatários a permanecer no local. Assegura ainda a autarquia que foram feitas as reparações solicitadas dentro do quiosque, uma intervenção no espaço exterior, tendo ainda adquirido, a pedido do arrendatário, uma tenda que funciona como avançado para dar outras condições quando o tempo não ajuda à esplanada.
Os arrendatários pediram o perdão de dois meses de renda, como medida compensatória pelo prejuízo que tiveram no Inverno, uma vez que a autarquia não construiu a esplanada coberta. Segundo a câmara municipal, o casal pediu ainda o não pagamento de renda nos meses de Inverno, porque pretendia encerrar devido ao mau tempo. Situação que não foi aceite por se tratar de uma concessão em hasta pública, com regras a cumprir, justifica a autarquia.
De acordo com o casal, o município não só não atendeu ao pedido, como resolveu aumentar-lhes a renda, sem comunicação prévia. O imóvel foi concessionado em hasta pública ao casal que pagava uma renda de 250 euros mensais e estava liberto de outras despesas com o imóvel. O espaço vai ficar fechado por tempo indeterminado, até a Câmara de Benavente lançar nova hasta pública e aparecerem interessados.