O forum cultural da Chasa, em Alverca, foi um edifício “muito mal construído” e onde a Câmara de Vila Franca de Xira deveria ter pensado “dez vezes” antes de ter aceite ficar com o espaço, na década de 1990. O desabafo foi deixado em reunião pública do executivo, antes das férias do Verão, pelo presidente do município, Alberto Mesquita (PS), que foi questionado por um morador da cidade face ao estado de degradação daquele equipamento.
Alberto Mesquita diz que chove lá dentro como na rua apesar das obras que já foram feitas. “Está muito mal construído. É um bom espaço em termos físicos mas continua a haver infiltrações dentro do edifício e isso deve acontecer por causa da existência de nascentes naquele solo”, explica o autarca.
Uma das ideias do município para tentar resolver os problemas passa pela construção de uma parede dupla a toda a volta entre o solo e o edifício, permitindo a drenagem das águas para a rede pública. Mas isso, explica, acarreta muitos milhares de euros de investimento.

Construção subterrânea repleta de infiltrações
O forum cultural da Chasa foi construído na década de 1990 por um promotor imobiliário da cidade como contrapartida pela construção dos prédios de apartamentos que hoje lá existem, na Rua José António Veríssimo da Silva. Por falta de espaço, optou-se por construir o forum cultural debaixo de terra e usar o topo do recinto como praça de usufruto público, onde durante muitos anos estiveram pequenos lagos artificiais em funcionamento.
Quando o município recebeu o espaço, este não se encontrava tão degradado, já que os problemas derivados da má construção só se começaram a manifestar muitos anos depois. O auditório da Chasa sofre de grandes infiltrações de água, situação que levou o município a investir mais de 100 mil euros há menos de dez anos para acabar com os lagos existentes à superfície e transformar o espaço numa praça de pedra.
Mas isso não foi suficiente para resolver todos os males. O edifício está praticamente sempre fechado e só é utilizado por algumas associações da cidade e pela assembleia de freguesia que ali realiza algumas das suas sessões públicas. Cheira a mofo porque não tem janelas e a humidade nunca sai do interior. O ar condicionado nem sempre funciona e há bolores nas paredes que precisam de ser pintadas com frequência. Há também fissuras em algumas delas e os tectos falsos estão com manchas de bolor. O caso é particularmente grave no auditório maior, situado na cave do edifício, exposto a maiores índices de humidade devido à elevada profundidade.
O espaço tem sido gerido, mediante protocolo assinado com o município, pela União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, que o tem dinamizado na medida do possível.