A menina de 11 anos que na última semana desapareceu da sua casa em Povos, Vila Franca de Xira, e voltou a casa de táxi, ainda não retomou a sua vida normal e continua a passar os dias fechada em casa da mãe e por vezes na companhia dos avós, revela fonte próxima da família.
Maria era conhecida por gostar de brincar na rua e com os amigos mas isso não tem estado a acontecer desde o seu mediático desaparecimento. Os avós cultivam uma pequena horta, junto à estrada nacional, onde a criança gostava de ir brincar mas nem isso tem acontecido nos últimos dias. Têm sido os avós - que foram também responsáveis por criar o irmão, seis anos mais velho - a mantê-la animada e motivada.
Ainda não são claros os contornos que levaram ao desaparecimento da menina. Poderá ter sido aliciada a sair de casa mas pode também ter-se tratado de um grito de alerta perante possíveis condições de instabilidade, social e económica, que estivesse a viver na casa da mãe. A fuga da criança teve o mérito de retirar de casa e colocar na praça pública os problemas que Maria sentia no seio familiar. Agora tudo dependerá dos pais em mudar a sua atitude ou as autoridades irão intervir para salvaguardar o bem-estar da menor.
A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vila Franca de Xira confirmou esta semana a O MIRANTE já ter instaurado um processo de promoção e protecção a favor da criança, depois da sinalização feita pela Polícia quando Maria desapareceu. O caso está em avaliação e Maria poderá vir a ser institucionalizada ou ficar a residir com outros familiares, como os avós maternos.
O pai já regressou ao trabalho na Alemanha. A criança, recorde-se, desapareceu no dia 15 de Agosto, três dias depois do pai ter regressado ao estrangeiro. Maria reapareceu dois dias depois de táxi à porta de casa, sábado, depois dos pais terem sido ouvidos pela Judiciária. As circunstâncias em que tudo aconteceu continuam por apurar.
O que parecia um mero caso de bairro tornou-se notícia nacional depois do assunto ter extravasado com apelos desesperados de amigos e alguns familiares nas redes sociais para encontrar a criança, mas não directamente dos pais ou dos avós da Maria.