Lembras-te do tempo em que me vias
Como uma ribeira de água transparente
Esse encanto que por mim sentias
E dizias que era tudo diferente?

Lembras-te dos olhos penetrantes de felina
Com tantos mistérios envolvidos
E aquele sorriso cândido de menina
Com encantos neles escondidos?

Lembras-te agora desse labirinto
Dos jogos escondidos entre o trevo
Daquele sabor amargo de absinto
De procurar na noite o tal segredo?

Lembras-te das ilusões tão loucas
Quando a Lua cheirava ao meu perfume
Quando misturado em nossas bocas
Esse mágico mistério de ciúme?

Como me lembro eu daquele dia
Em que a chuva lavou as sensações
Em que o mar deixou de ter maresia
E o vento levou as emoções!

Como sinto hoje ao fim do dia
Um misto de canseiras sem perdões
E o mistério que então sentia
Desmaia entre a lava dos vulcões!
Cidália Ribeiro