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Génio de Natércia Freire evocado em Benavente no centenário do seu nascimento
Isabel Corte Real e Ana Sena Lino, filhas de Natércia Freire, estiveram em Benavente onde participaram nas comemorações do centenário do nascimento da poetisa

Génio de Natércia Freire evocado em Benavente no centenário do seu nascimento

O Cineteatro de Benavente recebeu no sábado, 19 de Outubro, familiares e amigos de Natércia Freire, poeta e jornalista, nas comemorações do centenário do seu nascimento. Na sessão foi lançado o livro “33 poemas de Natércia Freire”, de Pedro Sena Lino, e inaugurada uma exposição evocativa.

Natércia Freire nasceu em Benavente em 1919 e foi uma das primeiras jornalistas literárias em Portugal, tendo sido a primeira mulher a dirigir um suplemento literário de um jornal de referência, no caso o “Artes e Letras” do Diário de Notícias.
Nas palavras da sua filha, Isabel Corte Real, que esteve presente com a sua irmã Ana Sena Lino na inauguração de uma exposição evocativa da escritora no Cineteatro de Benavente, Natércia não tinha grupos, políticas ou políticos que limitassem a divulgação da arte da escrita que comungava com outros intelectuais da sua época, como Sophia de Mello Breyner ou Jorge de Sena. Era uma mulher conciliadora, embora firme e corajosa, e vivia em várias frentes procurando sempre com isenção e sem desfalecimento trabalhar ao serviço das comunidades onde viveu e trabalhou.
Benavente e a lezíria ribatejana marcaram profundamente o imaginário de Natércia enquanto poeta e prosadora, como demonstram as suas palavras referindo-se ao Ribatejo como “a sua Veneza, numa lezíria que já esquecera os navios, mas era ainda mar e os seus desvios uma gota de sóis aventureiros”.
A vida e obra de Natércia Freire são marcadas pelo seu jeito único de olhar e sentir o mundo apaixonadamente. Mas a sua genialidade vem da mulher independente que sempre procurou ser quando começou a escrever poesia aos 14 anos e aos 18 já era professora primária. “A independência que a minha mãe conquistou permitiu que ela fizesse a diferença”, afirma Isabel Corte Real.
Natércia era uma mulher de família. Enquanto olhava para uma fotografia do casamento dos seus pais, que se encontra presente na exposição dedicada à vida de Natércia Freire no foyer do Cineteatro de Benavente, Isabel Corte Real recorda-a como uma mãe apaixonada, conciliadora e isenta. “Mesmo que estivesse a falar só com uma das filhas, dirigia-se sempre como ‘minhas queridas filhas’ para nunca deixar nenhuma de parte”, partilha com um sorriso no rosto e os olhos a brilhar de emoção.
A cerimónia comemorativa do centenário da poetisa terminou com o concerto “Cor da Poesia”, interpretado por Raquel Miriã, que cantou poemas de Natércia Freire. A exposição evocativa do centenário do nascimento de Natércia Freire está no Cineteatro de Benavente até 24 de Abril de 2020.

Génio de Natércia Freire evocado em Benavente no centenário do seu nascimento

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