O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS) não sabe se quer homenagear Miguel Duarte, um jovem natural do concelho e activista dos direitos humanos, que ficou conhecido internacionalmente ao ser acusado pelo Ministério Público italiano de apoio à imigração ilegal, por ajudar a resgatar refugiados no mar Mediterrâneo.
O autarca referiu na reunião de câmara que, em Maio do próximo ano, o município vai homenagear vários cidadãos do concelho. Quanto a Miguel Duarte diz preferir esperar pelo desfecho do processo judicial, no qual o activista se arrisca a apanhar 20 anos de prisão.
A consideração foi feita em resposta a André Salema, presidente dos Bombeiros Voluntários de Azambuja, que na qualidade de munícipe questionou Luís de Sousa sobre o assunto. “Não se percebe como é que a câmara ainda não se pronunciou sobre um azambujense nascido e criado” que esteve na linha da frente pela defesa incondicional dos direitos humanos, referiu André Salema, notando que tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro já se pronunciaram publicamente demonstrando total apoio a Miguel Duarte.
Na sua intervenção o vereador Rui Corça, do PSD, discordou do presidente do município, dizendo que se a homenagem “tivesse utilidade real” devia ser feita antes do julgamento “para ser usada em sua defesa”.
Miguel Duarte nasceu em Azambuja em 1992. Há dois anos voluntariou-se para ajudar num resgate de refugiados no mar Mediterrâneo através da ONG alemã Jugend Rettet. Hoje, Miguel Duarte e mais nove pessoas enfrentam a justiça italiana que os acusa de auxílio à imigração ilegal. A bordo do Iuventa resgataram cerca de 14 mil migrantes.