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Alunos do secundário em protesto contra maus cheiros em Alcanena
foto DR Seis centenas de jovens protestaram em Alcanena contra os maus cheiros que se sentem na localidade

Alunos do secundário em protesto contra maus cheiros em Alcanena

Marcha lenta de luto, em forma de funeral pelo destino de Alcanena, serviu para marcar uma posição e exigir do município a resolução do problema.

Cerca de 600 alunos protestaram na segunda-feira, 28 de Outubro, contra os maus cheiros em Alcanena, tendo promovido uma marcha silenciosa entre a escola secundária e a câmara municipal, onde leram um manifesto apelando a uma solução para o problema.
“Os maus cheiros intensos e irritantes que invadem Alcanena e as terras das redondezas são prejudiciais para a saúde pública, provocam irritação na garganta, dores de cabeça e vómitos aos alunos e à população, e tem levado a que alguns estudantes tenham mesmo de sair da escola e ir para casa, pelo que o objectivo da marcha silenciosa é mostrar a nossa indignação e pedir para que resolvam o problema”, disse Madalena Gomes, uma das estudantes que integram o Grupo de Jovens em Prol do Bem-Estar Social, um grupo informal criado pelos alunos da escola secundária.
Aos cerca de 600 jovens, muitos deles vestidos de preto, ostentando cartazes, e com máscaras na cara simbolizando que o ar que respiram não é saudável, juntaram-se algumas dezenas de populares nas imediações da Escola Secundária de Alcanena, cerca das 08h30, de onde marcharam em silêncio entre a escola e a câmara municipal, num percurso de cerca de 500 metros, tendo sido acompanhados pelas autoridades policiais.
À chegada à Praça 8 de Maio, onde se situa a câmara, meia hora mais tarde, a marcha silenciosa já havia engrossado com a presença de populares que se foram juntando ao protesto, tendo sido recebidos pela presidente da câmara, Fernanda Asseiceira, e pelo seu executivo, que os aguardava no exterior do edifício dos Paços do Concelho.
Ali, Mariana Gameiro leu o manifesto dos estudantes, tendo começado por afirmar que a situação ambiental em Alcanena tem sido relegada por vários intervenientes para níveis inaceitáveis ao longo de décadas e que, nos últimos meses, a situação tomou proporções calamitosas, sendo insustentável frequentar a escola secundária com as salas a cheirar a podre logo pela manhã.

Município aposta na sensibilização das empresas
Fernanda Asseiceira reconheceu que a poluição que se tem feito sentir, nomeadamente com os odores “extremamente agressivos, desagradáveis e prejudiciais”, põe em causa o ambiente e a saúde pública. A autarca apontou os incumprimentos ambientais de algumas empresas do sector de curtumes na utilização das redes de colectores e da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) como causa do problema.
Para ultrapassar o mais rapidamente possível o que aconteceu, a autarquia apostou na sensibilização das empresas que utilizam o sistema para a importância do investimento e das boas práticas ambientais, o que já foi feito, notou.
Para a directora da escola, Ana Cohen, que acompanhou os alunos na iniciativa, foi com orgulho que viu a postura cívica exemplar de jovens que querem ser a voz da comunidade, dizer o que sentem, e fazer parte da solução.

Alunos do secundário em protesto contra maus cheiros em Alcanena

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