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Politécnico de Tomar precisa de atrair mais estudantes
João Coroado, à esquerda, presidiu à sessão solene de abertura do ano lectivo do Politécnico de Tomar

Politécnico de Tomar precisa de atrair mais estudantes

Apesar de ter havido um aumento do número de matrículas, o instituto está muito abaixo do número de estudantes para o qual está dimensionado. Na sessão solene de abertura do ano lectivo, o presidente do instituto disse que o distrito de Santarém é dos que, no país, tem menos candidatos ao ensino superior.

O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) há muito tempo que deixou de viver só com os apoios que o Governo dá. O presidente da instituição, João Coroado, disse, durante a sessão solene de abertura do novo ano lectivo, que decorreu na quarta-feira, 23 de Outubro, que o Orçamento de Estado assegura apenas 80 por cento da despesa com pessoal e representa 70% da receita total. Se não fosse a participação do IPT em projectos de investigação e desenvolvimento, em acções de promoção e prestação de serviços, Coroado admite que a situação seria insustentável.
O presidente do IPT, que tomou posse há cerca de seis meses, referiu que este ano lectivo registaram 2178 matrículas, número superior ao do ano passado, em que se matricularam 1987 estudantes. “Apesar de se ter verificado um crescimento face ao ano anterior estamos muito abaixo do número de estudantes para o qual estamos dimensionados”, considerou.
João Coroado afirma que o Médio Tejo é um território com algumas fragilidades em relação à sua demografia e à fixação de talentos, situações que importa contrariar. O presidente do IPT recordou que o ano passado o distrito de Santarém só gerou 1.736 candidatos ao ensino superior, ou seja, 3,5% do total dos candidatos do país. Outros territórios com a mesma dimensão populacional – cerca de 400 mil habitantes – como os distritos de Coimbra ou Leiria geraram 5,4% e 4,6% dos candidatos, respectivamente.
“Um exemplo que devemos olhar atentamente é para o distrito de Castelo Branco que, com 42% da população relativamente ao distrito de Santarém, gera praticamente a mesma proporção de candidatos e o Politécnico da cidade consegue atrair duas vezes e meia mais candidatos”, sublinhou.
Este ano lectivo, o IPT registou 862 estudantes que se inscreveram pela primeira vez no primeiro ano. O número de estudantes estrangeiros matriculados aumentou com 65 inscritos, representando 3% do universo dos alunos do IPT.

Aposta em novos cursos
João Coroado reforçou que as exigências do mercado impõem a renovação da oferta formativa. O presidente destacou a acreditação para os próximos seis anos da licenciatura em Gestão da Edificação e Obra. Em Outubro foram submetidos a registo três novas licenciaturas nas áreas de Riscos e Protecção Civil; Computação e Logística; Turismo e Gestão do Património Cultural. Foi ainda proposto o curso de mestrado em Avaliação e Gestão de Activos Imobiliários.
João Coroado destacou que a instituição dispõe de mais de 300 camas disponíveis nos pólos de Tomar e Abrantes, esta última cidade onde funciona a Escola Superior de Tecnologia, para acolher os alunos deslocados, mas o IPT está a fazer um esforço para aumentar essa capacidade de resposta.

Falta de qualificação da população activa é dos principais problemas do país
O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores defende ser fundamental que as pessoas que tradicionalmente não ingressavam no ensino superior o façam. Pedro Dominguinhos considera que o maior problema do país, que afecta a competitividade e a incapacidade de ter salários mais elevados, está relacionado com a falta de qualificação da população activa. Dominguinhos referiu que o ano lectivo de 2018/2019 registou o maior número de sempre de estudantes matriculados no ensino superior politécnico, 116.801.
O presidente do conselho geral do IPT alertou para a necessidade de ter os olhos no futuro e continuar a apostar na ciência. “É essencial criar novos quadros, novas oportunidades e ter a ousadia de conceber o desenvolvimento económico e social. Ter a capacidade de fazer bem em torno de leituras não convencionais”, referiu Augusto Mateus.

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