uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Defesa pede absolvição de pai e filho acusados de homicídio no Sobralinho

Advogadas de António e Marco Rato, acusados de homicídio qualificado e tentativa de homicídio, respectivamente, pela morte de Celso Borges, dizem que as provas não são consistentes.

As advogadas pediram a absolvição dos dois homens, pai e filho, que estão a ser julgados pela morte de Celso Patrick Borges, no Sobralinho, em Setembro de 2018. O arguido António Rato responde por homicídio qualificado por ter atropelado a vítima de forma deliberada, causando-lhe a morte, e Marco Rato por tentativa de homicídio por ter desferido um golpe de navalha na cabeça da vítima.
Nas alegações finais do julgamento, que decorre no Tribunal de Loures desde 18 de Setembro, as duas advogadas pediram a absolvição para António Rato ou, no limite, ser julgado por homicídio por negligência, invocando que não é possível provar que o arguido tenha destravado o carro com a intenção de matar ou atropelar a vítima.
No caso de Marco Rato as advogadas pediram a absolvição alegando que o arguido agiu em legítima defesa. Segundo as advogadas, caso o ofendido não se tivesse insurgido violentamente contra Marco Rato este não teria puxado a navalha que levava no bolso e não a teria cravado na cabeça da vítima. O arguido, recorde-se, tinha dito na primeira audiência do julgamento que “não foi com intenção” e que só tinha tentado defender-se.
O Ministério Público voltou a defender a condenação dos dois arguidos pelos crimes dos quais estão acusados. Também o advogado da família de Celso Borges apelou ao tribunal que os condenasse pelos mesmos crimes e que fossem condenados a cumprir anos de prisão, próximos da pena máxima a que estão sujeitos. Reiterou ainda que considera justa a indemnização, no valor de 270 mil euros, à viúva e filhos de Celso Borges pela perda do direito à vida e pelo sofrimento causado.

António Rato associado a outro atropelamento
Em Outubro de 2017 António Rato terá atropelado deliberadamente a sua enteada, caso a que o advogado da família da vítima, José Pedro Reis Borges, fez referência durante as alegações finais. A mulher, de 30 anos, esteve presente na sala de audiência, mas não depôs uma vez que não foi arrolada como testemunha neste processo.
A O MIRANTE, Tânia Quaresma confirma que foi atropelada por António Rato, em Vialonga. Estava em frente ao carro de António Rato quando este terá arrancado para cima dela. “No dia em que soube da morte do Patrick senti-me culpada porque se podia ter evitado a morte dessa pessoa”, caso o agora arguido tivesse sido na altura detido e julgado em tribunal, lamenta.
Tânia sofreu ferimentos ligeiros e foi transportada pelos bombeiros para o Hospital Vila Franca de Xira, onde recebeu assistência a hematomas nas pernas. A GNR esteve presente no local. A vítima apresentou queixa na altura e o processo está actualmente em fase de inquérito.

Arguidos pedem desculpa

Marco Rato pediu desculpas ao colectivo de juízes por se ter irritado na anterior sessão de julgamento, comportamento que lhe valeu a expulsão da sala de audiências. Recorde-se que o arguido se insurgiu contra o depoimento de uma testemunha, apresentada pelo advogado da família da vítima, e depois de ser advertido duas vezes a juíza ordenou a sua retirada da sala.  Também António Rato aproveitou a presença da família da vítima na sala de audiências para se desculpar, reiterando que não destravou o carro com intenção de a abalroar e lhe provocar a morte.

Mais Notícias

    A carregar...