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É difícil arranjar homens para o Rancho Folclórico de Asseiceira
O Rancho Folclórico “As Lavadeiras” de Asseiceira actuaram na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa

É difícil arranjar homens para o Rancho Folclórico de Asseiceira

Colectividade do concelho de Tomar, fundada há 43 anos, tem 52 elementos, a maioria mulheres. O Rancho Folclórico “As Lavadeiras” de Asseiceira animou o jantar-convívio que todos os meses se realiza na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa. A presidente do grupo, Eugénia Costa, diz que o mais difícil é recrutar homens para dançar e cantar.

Pedro e Nuno Grácio têm 18 anos, são gémeos e integram o Rancho Folclórico “As Lavadeiras” de Asseiceira há cerca de dois anos. Assim que descem do autocarro, que a Câmara de Tomar disponibilizou para a viagem até Lisboa, começam a retirar as roupas dobradas para se trajarem e ajudam as senhoras mais velhas a descer as escadas e a levar a roupa. No último andar do prédio de três pisos da Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, os elementos do rancho observam a sala branca e com vários espelhos. Conversam sobre trivialidades mas, ao mesmo tempo, vão acertando agulhas sobre a actuação dessa noite.
A freguesia de Asseiceira é a primeira do concelho de Tomar a mostrar a sua cultura na Casa do Concelho, no centro da capital. Mulheres e homens vestem o tradicional traje domingueiro com que vão dançar no final da noite. Telemóveis, brincos, anéis e tatuagens não podem estar à mostra. As regras têm que ser seguidas à risca. O rancho foi fundado há 43 anos e tem 52 elementos, maioritariamente mulheres. A presidente do rancho, Eugénia Costa, 55 anos, confessa que a principal dificuldade da colectividade é recrutar homens para dançar e cantar.
“Tem sido difícil recrutar dançarinos e também uma voz masculina para cantar. O cantor que tínhamos saiu por motivos de saúde e agora só temos mulheres a cantar. Além disso, temos mais mulheres a dançar do que homens”, conta a O MIRANTE momentos antes do jantar-convívio na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa começar.
Apesar disso, o grupo tem alguns jovens o que permite que as tradições vão sendo asseguradas e passadas para as gerações mais novas. Esta foi a primeira vez que os elementos do grupo estiveram na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa. A dirigente associativa considera importante estas apresentações na capital. “É uma forma de mostrarmos a nossa cultura e o que de melhor se faz na nossa freguesia a quem vive em Lisboa. Muitas das pessoas que estão aqui têm ligações a Tomar, mas há sempre os netos de tomarenses que já não vão tanto ao nosso concelho e ficam a conhecer as tradições”, realça.
Nuno Grácio sempre gostou de ver os ranchos folclóricos actuarem e comentava com a mãe que gostava de dançar num. A mãe pensava que não era nada sério e não lhe dava conversa. Até que o convidaram para pertencer ao rancho. “Nem pensei duas vezes. Convidaram-me porque faltavam homens no grupo e como foi uma coisa que sempre quis aceitei e fiquei muito feliz”, conta a O MIRANTE antes do início do jantar.
O irmão, Pedro, achava que não sabia dançar mas, como são inseparáveis, aceitou o desafio. Antes do folclore jogaram hóquei em patins no Santa Cita e apesar de adorarem esse desporto optaram por dançar.
São dos mais jovens do grupo e por vezes tentam convencer os amigos a fazerem parte do rancho. O que não é fácil. “Por acaso os nossos amigos não gozam por andarmos no rancho e até admiram o facto de gostarmos de preservar as nossas tradições. Ser dançarino de rancho não está na moda porque existem muitas ofertas para os mais jovens”. No entanto, os irmãos, que estudam ambos jornalismo e multimédia, defendem a importância dos mais jovens terem conhecimento das tradições para as preservarem. “Se não houver interesse, as tradições vão perder-se no tempo e é uma pena”, defendem.

É difícil arranjar homens para o Rancho Folclórico de Asseiceira

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