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A festa do Marmelo e um Óscar para Nelson Carvalho

Estrondoso Manuel Serra d’Aire
Estou extasiado com a criatividade e espírito empreendedor das colectividades e municípios da região. Não sei se já reparaste, mas nos últimos anos têm aparecido festivais gastronómicos de tudo e mais alguma coisa, alguns dedicados a nichos de mercado muito específicos, como o das Couves e Feijões em Torres Novas, da Cachola e da Morcela, em Alcanena, do Arroz Carolino em Benavente, do Sável, em Vila Franca de Xira, do Grão de Bico, em Peralva ou do Chícharo em Bugalhos.
Mas, de entre todas as festas, e muitos mais havia a mencionar, aquela que me enche mesmo as medidas é a Festa do Marmelo, que decorreu no sábado em Tomar e da qual me tornei desde já um fervoroso entusiasta, fazendo votos para que se desenvolva harmoniosamente, permaneça firme e se robusteça. Como bem sabes, o marmelo é uma fruta muitas vezes desvalorizada em detrimento de outras, mas, na minha óptica, merece ser mais acarinhado. Por isso, espero que a Festa do Marmelo continue em boas mãos, para não descair de qualidade e, assim, ir perdendo o interesse.
Há cerca de um ano, o CRIA de Abrantes vivia momentos muito complicados, com dívidas volumosas e dificuldades de pagamento a funcionários e fornecedores. Um cenário dantesco, como diria um repórter de um directo televisivo caso se tratasse de um incêndio florestal. A coisa estava tão preta que o presidente do CRIA, o ex-autarca de Abrantes, Nelson Carvalho, garantia sofridamente em entrevista que estava em exaustão total e não se recandidataria ao cargo. E a Segurança Social, que tinha sido metida ao barulho para não deixar o CRIA ir de vela, anunciava a criação de uma comissão administrativa para gerir a instituição.
Só que, como em muitas outras ocasiões, uma coisa são as palavras e outra coisa são as acções. Ou seja, nem o presidente se demitiu (o diligente dirigente estava tão exausto que até se recandidatou ao cargo recentemente) nem a dita comissão administrativa chegou a entrar em funções. Foi tudo fogo de vista ou para inglês ver, como se diz na gíria.
Sempre gostei de bons actores e de bons enredos, por isso tiro humildemente o chapéu a todo o elenco de artistas que participou nesta novela. E aguardo já com expectativa a segunda temporada, onde Nelson Carvalho irá certamente surgir revigorado, graças, provavelmente, a um misterioso doping tipo Mangostão + ou coisa que o valha.
E, por falar em substâncias com propriedades miraculosas, têm-se sucedido os pedidos de viabilidade para plantações de canábis para fins medicinais na região, nomeadamente em Alpiarça, Benavente e Santarém. O meu receio é que na época de incêndios o fogo possa atingir alguma dessas culturas e a lezíria ribatejana fique sob um espesso manto de fumo adocicado que cause efeitos estranhos nas pessoas, como ataques de riso, olhos vermelhos e fome de lobo. Depois não digam que eu não avisei...
Calorosos cumprimentos do
Serafim das Neves

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