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“Ainda temos um país centralista apesar dos grandes discursos sobre descentralização”
Anabela Freitas Técnica de Emprego, 53 anos, Presidente da Câmara Municipal de Tomar

“Ainda temos um país centralista apesar dos grandes discursos sobre descentralização”

Anabela Freitas Técnica de Emprego, 53 anos, Presidente da Câmara Municipal de Tomar

Consegue estar sem ler ou ouvir notícias?
Sim, e costumo fazê-lo, mas apenas por dois ou três dias. Fazem falta notícias pela positiva. Se temos tanta coisa boa na região, no país e no mundo essas é que deverão ser enfatizadas. Quanto à leitura, o contacto com os livros, para mim é essencial e tenho sempre um livro à cabeceira. Leio todos os dias.
Já pensou comprar um carro eléctrico?
Sim, aliás o plano de substituição da frota automóvel da Câmara Municipal de Tomar irá ser feito pela mudança para eléctricos e híbridos. As questões ambientais preocupam-me e entendo que todos temos obrigação, quer enquanto cidadãos, quer enquanto decisores, de efectuarmos escolhas responsáveis.
Somos melhor atendidos nas Finanças ou no Serviço Nacional de Saúde?
Não tenho razão de queixa em nenhum dos serviços, sendo que o estado de espírito do utente é diferente consoante está num ou outro serviço.
Qual a sua opinião sobre as touradas?
As touradas fazem parte da nossa identidade e, tal como não se apaga a história, a identidade também não se apaga. Consigo compreender os argumentos de quem não gosta de touradas, mas as mesmas não têm um carácter obrigatório, por isso devemos ter a liberdade, de quem gosta, poder assistir. Fica na esfera pessoal de cada um.
O mundo muda a uma velocidade incrível mas há trinta e dois anos O MIRANTE já falava em questões como a poluição e o assoreamento do Tejo e praticamente nada mudou. O Tejo não faz parte do mundo de que tanto ouvimos falar?
Qualquer linha de água, enquanto elemento essencial para a vida, faz parte da vida de todos nós. O rio Tejo por maioria de razão atendendo não só à zona onde nos encontramos mas também pela importância estratégica que assume a nível nacional, não é excepção.
Há quem diga que o interior do país, o tal desertificado, abandonado e envelhecido, começa a partir da auto-estrada. Concorda?
Depende da auto-estrada que estejamos a falar. Ainda temos um país muito centralista, apesar de grandes discursos sobre descentralização.
Como deseja as Boas Festas a familiares e amigos?
Utilizo o telemóvel e o email. Deixei de enviar cartões de Boas Festas quando os meus avós faleceram, há 11 anos.
Lembra-se da data em que começou a trabalhar?
Comecei a trabalhar no dia 2 de Dezembro de 1986, tinha 20 anos. Apesar de ser quadro do IEFP, trabalhei em diversos centros de emprego e de formação profissional do distrito. Tirando esta actividade, estive como deputada na Assembleia da Republica e agora estou como presidente de câmara.
Já se adaptou ao novo Acordo Ortográfico?
Quando escrevo ao computador, que representa cerca de 99% da forma utilizada, necessariamente utilizo o novo acordo, no entanto quando não utilizo o computador escrevo sem o novo acordo, portanto a adaptação foi e é q.b..
O que faz falta no Ribatejo?
Faz falta uma afirmação territorial. Penso que a proximidade a Lisboa tem sido um factor inibidor dessa afirmação e o facto do Ribatejo estar dividido em duas sub-regiões ainda veio agravar mais esta situação. Para que se possa desenvolver um território, atrair, captar e reter talento é necessário que os actores locais e nomeadamente as câmaras municipais tenham autonomia. Autonomia desde logo no ordenamento do seu território, factor essencial para a fixação de empresas, população e equipamentos. Concorre para este objectivo o facto dos concelhos não deverem estar isolados, a competir per si. A necessidade de criação de redes é fundamental e nesta matéria ainda há um longo caminho a percorrer, até porque é uma alteração de paradigma.
Qual foi o acontecimento do ano na região?
Para mim, o acontecimento mais importante do presente ano foi, obviamente, a Festa dos Tabuleiros.

“Ainda temos um país centralista apesar dos grandes discursos sobre descentralização”

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