Vive-se uma Era de fundamentalismos intensos de toda a ordem e os portugueses voltam a aderir em força e perigosamente a estas insanas novidades.
Há muitos anos que o fibrocimento é usado em tubos e em coberturas e revestimentos de edifícios, barracas e barracões e há anos que se sabe que as partículas de amianto em suspensão no ar quando inaladas podem provocar cancro. Contudo, há que ter em atenção que o fibrocimento fabricado até há alguns anos era constituído essencialmente por cimento e inertes que aglutinavam fortemente fibras de amianto na proporção de 8 a 14% cuja probabilidade de se libertarem é praticamente nula mesmo de telhas e chapas partidas.
A exigência da substituição dos tubos que sirvam para canalizar água para consumo humano é estulta já que o amianto não é perigoso quando engolido; o amianto só é perigoso quando inalado porque se vai alojar nos alvéolos dos pulmões e aí provocar lesões graves.
Viver sob telhas de fibrocimento é tão seguro como sob telhas de barro. O perigo é estar em compartimentos onde foram retiradas placas e telhas de fibrocimento que pela contaminação lactente das partículas de amianto, que se depositaram nas paredes, tectos, móveis, equipamentos, etc, mais tarde se vão desprender e contaminar a atmosfera.
Há informação disponibilizada pelo Instituto Ricardo Jorge que confirma isto. Num documento pode ler-se: “O amianto ou asbestos é a designação comercial utilizada para a variedade fibrosa de seis minerais metamórficos de ocorrência natural. O perigo do amianto decorre sobretudo da inalação das fibras libertadas para o ar, sendo que, regra geral, a presença de amianto em materiais de construção representa um baixo risco para a saúde, desde que o material esteja em bom estado de conservação, não seja friável e não esteja sujeito a agressões directas”.
Sobre esta matéria os órgãos de comunicação social deveriam fazer pedagogia e não ajudar a propagar alarmes que na prática levam a que o amianto acabe por vir a produzir os males que se querem evitar! O MIRANTE que acompanhe os trabalhos de remoção de telhados de fibrocimento numa escola e no final tire as devidas conclusões!
Manuel Peñascoso