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Reabertura do cine-teatro S. João no Entroncamento e política cultural

O cine-teatro S. João, no Entroncamento, vai reabrir depois de uma total remodelação, no dia 24 de Novembro, aniversário do concelho. Com a reabertura, assinalada com um concerto de João Pedro Pais, o concelho volta a dispor de uma sala de espectáculos digna. O equipamento estava encerrado desde Janeiro de 2010 na sequência das intempéries que danificaram a cobertura e a parte eléctrica.
Em 2013, após ser eleito para o seu primeiro mandato, o presidente da câmara, Jorge Faria (PS), chegou a colocar a possibilidade de reabrir a sala apenas com pequenos arranjos mas acabou por desistir da ideia e fez uma profunda remodelação, apoiada a 85% por fundos comunitários, que ficou em cerca de um milhão e meio de euros.
Durante alguns anos o Entroncamento foi a única cidade do distrito de Santarém sem uma sala de espectáculos, a que se juntou Abrantes, quando na sequência de um diferendo entre a câmara e os proprietários do cine-teatro S. Pedro, a mesma encerrou em Janeiro de 2018.
As salas de espectáculos e auditórios, só por si, em nada contribuem para o acesso à cultura dos cidadãos. Abrantes tinha uma razoável programação cultural e ressentiu-se ao ficar sem a sua sala. O Entroncamento, durante os nove anos de encerramento da sua, não se ressentiu muito porque nunca teve qualquer política cultural digna desse nome.
Com a reabertura do cine-teatro S. João, agora designado auditório para dar um ar de modernidade ao espaço, surge uma oportunidade para finalmente a cidade sair daquela situação. Numa entrevista ao entroncamentoonline o presidente da câmara afirmou que a sala vai ter programação regular e os espectáculos vão ser pagos (espero que os bilhetes sejam vendidos também online e não apenas na câmara).
Fico muito satisfeito por ouvir isso. Trata-se de um caminho já trilhado por Torres Novas desde 2005 (Santarém começou o ano passado). Após a reconstrução do Teatro Virgínia, a câmara, liderada na altura por António Rodrigues (PS), contratou um programador e passou a ter uma programação de qualidade com artistas de qualidade nas áreas da música, teatro e dança, com entradas pagas, equilibrando-a com a realização de algumas produções locais. A fórmula de Torres Novas (adoptada este ano em Santarém) tem garantido lotações esgotadas numa sala com 600 lugares. Desejo para o Entroncamento o mesmo sucesso.
Mas é fundamental que a autarquia perceba que, sem menosprezar a produção local, uma coisa é a chamada “prata da casa” e outra bem diferente a possibilidade dos cidadãos da região acederem a espectáculos de qualidade sem terem que ir a Lisboa, Porto, Braga, Guimarães ou Leiria.
Fernando de Carvalho

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