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Brincar aos médicos combate a aversão das crianças às batas brancas
Crianças levaram os seus bonecos ao médico em Vila Franca de Xira

Brincar aos médicos combate a aversão das crianças às batas brancas

Hospital da Bonecada regressou a Vila Franca de Xira para curar bonecos e medos. Uma iniciativa promovida pelo município que pretende acabar com a síndrome do doutor da bata branca.

No Hospital da Bonecada não se tratam crianças doentes mas bonecos e peluches, num jogo de faz de conta. Apesar de ser tudo a brincar, a iniciativa tem um propósito sério. “Queremos que as crianças deixem de ter receio de ir ao médico e percam o chamado medo da bata branca”, refere Beatriz Maio, aluna do terceiro ano na Nova Medical School e colaboradora no Hospital da Bonecada.
A iniciativa da Associação de Estudantes da Nova Medical School, Faculdade de Ciências Médicas, regressou a Vila Franca de Xira, no sábado, 16 de Novembro, a convite do município para mais uma mini edição, a quarta naquele concelho.
No hospital modelo, montado no Pavilhão Multiusos da cidade, tudo foi pensado ao pormenor e nenhuma das etapas foi esquecida. Acompanhadas pelos pais, as crianças e os seus bonecos - os doentes - tiveram de passar pela sala de espera, triagem, gabinete médico e até por uma sala de operações onde tinham de cumprir as normas de desinfecção vestindo uma bata, touca e luvas. Explicado o problema de saúde do seu boneco ajudavam a tratá-lo. “Muitas das crianças colocam no seu boneco problemas de saúde que elas próprias ou familiares já tiveram”, explica a jovem estudante de 21 anos, sublinhando que desta forma transferem os seus medos para os brinquedos.
No caso dos peluches das irmãs Mariana e Matilde, os quadros clínicos eram bem distintos. Um tinha uma pata magoada e o outro comeu demasiado e ficou com dores de barriga. No final ambos saíram curados depois de umas vacinas e uns xaropes coloridos. “Quando há necessidade de serem elas a ir ao médico não querem, porque não sabem bem o que vão encontrar. Nada como uma experiência destas para perceberem os procedimentos de um hospital”, afirma a mãe das duas irmãs, Ana Lobato.
Para além do medo do desconhecido, na origem da síndrome do doutor da bata branca podem estar frases como: ‘se não comes a sopa vais levar uma pica’, muitas vezes ditas pelos pais às crianças. “Nunca disse, mas há quem diga e depois se queixe que a criança chora quando tem de ir ao médico”, refere Cláudia Pacheco, mãe do pequeno Gonçalo. Ele, que leva um homem-aranha que partiu o braço numa das suas peripécias a lançar teias, diz que os doutores não são ‘maus’.

Mais de mil crianças passaram pelo hospital
Foram mais de mil crianças a passar pelo espaço, acompanhadas pelos respectivos familiares. Também vários autarcas do concelho, entre eles, o presidente do município, Alberto Mesquita percorreram o hospital modelo.
A vereadora com o pelouro da Saúde, Fátima Antunes, evidenciou que esta iniciativa visou “desmistificar o medo que as crianças possam ter dos profissionais de saúde” e, por outro, “estimular a adopção de estilos de vida saudáveis” e ajudar no combate à obesidade infantil, através das actividades físicas ali desenvolvidas e aconselhamento dos profissionais de nutrição presentes.

Brincar aos médicos combate a aversão das crianças às batas brancas

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