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Falta de comunicação deixou casal sem socorro numa situação de risco de vida
Perpétua Menino e João Silva junto da salamandra na sala da habitação em Alpiarça

Falta de comunicação deixou casal sem socorro numa situação de risco de vida

As vítimas sexagenárias, de Alpiarça, não foram socorridas durante uma intoxicação por monóxido de carbono devido às informações erradas que forneceram ao 112. A situação acabou por não ser grave porque entretanto sem saberem arejaram o espaço ao abrirem uma porta.

A falta de comunicação esteve em vias de provocar uma situação grave a um casal de idosos de Alpiarça, que se sentiu mal na sua habitação devido à inalação de monóxido de carbono libertado de uma salamandra. A situação ocorreu na madrugada de segunda-feira, 11 de Novembro. João Manuel da Silva, de 69 anos, ligou para a linha de emergência 112, mas as informações que forneceu sobre os seus sintomas e os da esposa, Perpétua Menino, de 66 anos, levou a que o técnico do INEM considerasse o caso não emergente, ficando o casal sem socorro.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) confirma que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) recebeu a chamada pelas 02h26, do dia 11 de Novembro e “em momento algum o contactante referiu que haveria uma salamandra acesa”. Acrescenta que as informações dadas apontavam para uma situação de intoxicação alimentar, uma situação que não é grave e que não implica risco de vida como é o caso da intoxicação por monóxido de carbono.
Na versão de João Manuel da Silva, o técnico do INEM terá aconselhado a ligar para os bombeiros de Alpiarça. Situação desmentida pelo INEM: “o que aconteceu foi que a chamada foi transferida para a linha SNS24”. João Manuel da Silva foi pelo seu próprio pé, “a cambalear e com dificuldades” até ao quartel dos bombeiros de Alpiarça para tentar obter ajuda. Até aqui a situação correu mal. Em vez de tocar à campainha da porta de entrada, bateu num dos portões e quem estava de serviço não ouviu.
O casal acordou de madrugada a sentir-se mal e a vomitar e foram à casa de banho a rastejar. O que valeu foi que a determinada altura João Manuel Silva abriu a porta para ir aos bombeiros. Com a atrapalhação deixou a porta aberta, o que permitiu arejar o espaço e evitar que a situação se complicasse.
O comandante dos Bombeiros Municipais de Alpiarça, Hugo Teodoro, considera que houve alguma falta de informação ou gestão na avaliação deste caso. O operacional diz ainda que por vezes os técnicos do INEM que atendem as chamadas não são sensíveis com os casos, pois não conhecem o território. “Por vezes não têm em conta a idade das pessoas, que não conseguem exprimir-se bem, muito menos nos casos em que se estão a sentir mal”.

Falta de comunicação deixou casal sem socorro numa situação de risco de vida

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