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Forno do Telhal foi destruído durante obras sem licença
foto DR Forno, de origem contemporânea, foi utilizado para a produção de telha e tijolo

Forno do Telhal foi destruído durante obras sem licença

Instituição de Samora Correia começou a movimentar terras num terreno de que é proprietária sem informar a Câmara de Benavente. Durante os trabalhos foi destruído, por acidente, um forno que se pensava ser de origem romana mas afinal não era.

O Centro de Bem-Estar Social Padre Tobias, de Samora Correia, começou a fazer obras sem licença num terreno de que é proprietário e durante os trabalhos de movimentação de terras foi destruído, acidentalmente, um forno, que se supunha ser de origem romana. A situação motivou queixas de pelo menos um munícipe e um protesto endereçado ao presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), pelo Grupo Internacional de Historiadores e Estudantes de História.
O autarca esclareceu, em reunião de câmara, que o forno em causa não é de origem romana, ao contrário de outros que se encontram na margem direita do rio Sorraia e que foram usados para a produção de ânforas, para a fábrica da salga e conserva de peixe.
Sobre a falta de licença para movimentar terras, o vereador com o pelouro das obras na Câmara de Benavente, Hélio Justino (CDU), afirmou que os serviços de fiscalização municipal deslocaram-se ao local e que “daí advirão as consequências normais”, para um incumprimento desta natureza.

Forno não era romano mas devia ter sido preservado
Este forno “aparenta ser integralmente construído com tijolo de dois furos que ainda hoje é fabricado, sendo utilizado, como ligante, uma argamassa argilosa”, pormenores “ainda visíveis no atual derrube”, que levam a enquadrar a estrutura “na tipologia dos designados fornos ‘telheiros’, para a produção de telha e/ou tijolo, evidenciando uma cronologia contemporânea”, explicou à Lusa Cristina Gonçalves, chefe da divisão de Cultura e arqueóloga da Câmara de Benavente.
Para Cristina Gonçalves, “muito embora o forno do Telhal, associado à produção de telhas, se enquadre numa cronologia contemporânea, a preservação da estrutura poderia ser salvaguardada enquanto testemunho da arquitectura industrial rural tradicional”.

Instituição quer restaurar o forno
Contactado por O MIRANTE, Augusto Marques, presidente da Junta de Samora Correia e membro dos órgãos sociais do Centro de Bem Estar Social Padre Tobias, instituição proprietária do terreno onde se encontrava o forno, disse que a destruição não foi intencional e que aconteceu durante a deposição de terras no terreno para a possibilidade de ali vir a ser construído um ‘Eco resort’ para auto-caravanas.
Augusto Marques adiantou ainda que antes do incidente já havia intenção da parte do Centro Social de deslocalizar e restaurar o forno que “já vinha a apresentar alguns sinais de deterioração”. Depois deste episódio a instituição já esteve no local e vai contactar empresas de restauro.

Forno do Telhal foi destruído durante obras sem licença

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