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Ninguém compra os terrenos da RPP Solar
O projecto de Alexandre Alves foi bastante apoiado por autarcas de Abrantes e por outros políticos mas foi um fracasso.

Ninguém compra os terrenos da RPP Solar

Fábrica ligada às energias renováveis não saiu do papel. Terreno com 82 hectares na freguesia de Concavada, Abrantes, está à venda em leilão electrónico há um ano, com um valor base de três milhões de euros.

Um terreno no Casal Curtido, no concelho de Abrantes, para onde esteve previsto um mega empreendimento ligado às energias renováveis do empresário Alexandre Alves, também conhecido como Barão Vermelho, está à venda há mais de um ano em leilão electrónico com um valor base de três milhões de euros, no âmbito do processo de insolvência da empresa RPP Solar - Energias Solares S.A.
Na página da Leilões Paraíso na Internet publicita-se para venda um prédio urbano denominado Lote 1, sito na Estrada Nacional 118, Km 142, na freguesia da Concavada, com um terreno para construção com área total de 82.8750 metros quadrados (m2) e área bruta de construção de 26.893 m2.
O processo da RPP Solar fez correr rios de tinta e agitou a vida política abrantina na última década, desde logo pela forma como em 2009 a Câmara de Abrantes, então liderada pelo socialista Nelson de Carvalho, facilitou a vida ao polémico empresário Alexandre Alves, adquirindo um terreno na freguesia da Concavada por um milhão e 100 mil euros que vendeu à empresa por uma décima parte desse valor, nunca tendo recebido o dinheiro. Situação que deu origem a um processo em tribunal. A intenção, na altura, era viabilizar a implantação dessa indústria no concelho mas a forma como foi desenvolvido o processo suscitou muitas dúvidas e críticas.
Dúvidas e críticas que se multiplicaram quando se soube que Nelson de Carvalho, em 2010, após deixar a autarquia, fora convidado para um cargo dirigente na estrutura da RPP Solar. O ex-presidente da Câmara de Abrantes confirmou na altura que tinha sido convidado para trabalhar na RPP Solar, com o cargo de director de formação e projectos especiais da empresa, mas nunca chegou a exercer funções na empresa de Alexandre Alves, porque o projecto nunca chegou a arrancar.

Números megalómanos resultaram em nada

Quando foi anunciado publicamente, em 2009, o projecto da RPP Solar, empresa liderada por Alexandre Alves, previa começar a produzir painéis foto-voltaicos logo em Janeiro de 2010. O complexo, junto à Central Termoeléctrica do Pego, devia ocupar 82 hectares. Inicialmente falava-se de um investimento global de 818 milhões de euros e na criação de 1.800 novos postos de trabalho, três centenas dos quais para engenheiros e quadros superiores.
Recorde-se que, em Setembro de 2009, o empreendimento da RPP Solar chegou a ser considerado um potencial projecto de interesse nacional (PIN) por parte do Governo de José Sócrates. O projecto visava a instalação de sete unidades industriais, cinco a sete torres eólicas, painéis solares e turbinas de co-geração, que trabalhariam 24 horas por dia. Perspectivava-se também a criação de um centro de investigação que ocuparia 300 engenheiros e investigadores no domínio da energia fotovoltaica.

Ninguém compra os terrenos da RPP Solar

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