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Discussão fútil acaba com morte de jovem à facada
Foi no exterior do café Comendador que João Pedro sofreu as facadas que lhe provocaram a morte

Discussão fútil acaba com morte de jovem à facada

Desacatos no exterior de café em Casével resultaram em tragédia na madrugada de domingo. O suspeito do homicídio, residente em Santarém, está em prisão preventiva. João Pedro Monteiro, 25 anos, foi sepultado terça-feira em São Vicente do Paul.

João Pedro Monteiro

Amigos do jovem de 25 anos, de Sobral, São Vicente do Paul, que morreu na madrugada de domingo, 24 de Novembro, na sequência de um esfaqueamento durante um desacato no café Comendador, em Casével, Santarém, afirmam a O MIRANTE que está errada a história veiculada pela comunicação social de que o desacato teria tido início com um piropo lançado a uma amiga do alegado homicida.
Vários amigos da vítima, João Pedro Monteiro, relatam que durante a noite de karaoke o grupo estava feliz e um dos elementos saltitava com uma bandeira na mão quando uma senhora, amiga do alegado homicida, pediu licença para passar. O jovem terá dito “está à vontade”, mas o saltitar de bandeira na mão foi interpretado pelos amigos do suspeito, Rui Mendes, como se de uma bandarilha se tratasse.
Esse foi o gesto que serviu de rastilho para a escalada de violência que se seguiu. Ainda dentro do café houve desacatos entre elementos de ambos os grupos. Quando o amigo de João Pedro decidiu abandonar o local, levando consigo a namorada, Rui Mendes saiu no seu encalço. Já pronta para sair do local, a viatura do amigo de João Pedro foi atingida por uma garrafa arremessada, alegadamente, por Rui Mendes. Iniciou-se uma briga corpo a corpo na qual interveio João Pedro em defesa do amigo. Foi ele que acabou por ser esfaqueado no peito.
Quem estava no interior do estabelecimento só se apercebeu quando alguém gritou: “levou uma facada”. Os amigos de João Pedro saíram para lhe prestar auxílio e chamar por socorro. Rui Mendes terá entrado no café para lavar as mãos e a arma. Depois voltou a sair à rua e dirigia-se à sua viatura quando foi interpelado por Flávia Epifânio, amiga da vítima, que lhe gritou que não podia abandonar o local e apontou a matrícula do carro.
Rui Mendes voltou então calmamente para o café onde permaneceu entretido no telemóvel até ser detido pela GNR. Alguns dos amigos de Rui Mendes entretanto desapareceram, tal como a arma branca usada no crime. Outros permaneceram no local até cerca das 09h30 para prestar declarações à Polícia Judiciária.
Os Bombeiros de Pernes chegaram ao local às 02h48, 18 minutos depois de receberem o alerta do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Santarém. Ali prestaram auxílio a João Pedro, mas sem êxito. O óbito acabou por ser declarado no local. Mais tarde foi ainda chamada uma ambulância para prestar auxílio a uma ex-bombeira, cliente do café, que tentou estancar a hemorragia e que se sentiu mal.
Depois de detido pela GNR, Rui Mendes foi encaminhado para o Hospital Distrital de Santarém, de onde seguiu para o Hospital de São José, em Lisboa, por necessitar de cuidados maxilofaciais, uma especialidade que não existe no HDS.

Rui Mendes fica em prisão preventiva
O alegado autor do crime, Rui Mendes, de 56 anos, vive em Santarém e é vendedor de produtos para farmácias. Durante alguns anos foi árbitro da Associação de Futebol de Santarém. Está detido à guarda da Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa e foi presente na segunda-feira, 25 de Novembro, no Tribunal de Santarém, onde em primeiro interrogatório judicial lhe foi aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.

Rui Mendes

Amigos falam de um jovem educado e pacato

João Pedro Monteiro dizia que não sabia cantar, mas a noite de karaoke no café Comendador estava tão animada que até resolveu pôr os dotes vocais à prova. É esta alegria contagiante que os amigos recordam quando falam do jovem, quer de viva voz quer nas redes sociais. Era um jovem educado, calmo, pacato e sempre pronto a ajudar um amigo, tal como fez naquela madrugada fatídica quando tentou intervir para separar uma briga onde não estava directamente envolvido e acabou por ser atingido com golpes fatais no peito.
João Pedro Monteiro trabalhava com o pai numa exploração de ovelhas. Residia também com o progenitor no Sobral, freguesia de São Vicente do Paul. As cerimónias fúnebres decorreram na terça-feira, 26 de Novembro, na Igreja de São Vicente do Paul. O corpo foi a enterrar no cemitério da mesma localidade.

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