Zombeteiro Manuel Serra d’Aire

Vivem-se momentos de angústia na distrital do PS de Santarém com a inevitável saída do actual líder António Gameiro, impedido que está estatutariamente de se recandidatar a um novo mandato. O sentimento de orfandade já começa a pairar e acredito que pela sede do partido já se devem encontrar militantes a choramingar baba e ranho perante a iminência do anunciado e desditoso desfecho. O que, aliás, não será de estranhar, pois Gameiro vai deixar um vazio difícil de preencher, quanto mais não seja devido à sua avantajada compleição física.
Vale aos socialistas ribatejanos serem uma estrutura de vastos recursos, com uma panóplia de alternativas ao nível dos melhores canivetes suíços. E se um líder grande se prepara para sair, outro robusto líder desponta já no horizonte. Chama-se Hugo Costa, é um deputado oriundo de Tomar (embora tenha o cabedal de um central do FC Porto) e é uma espécie de versão física de António Gameiro mas com cabelo no cocuruto. Durmam pois descansados os fiéis socialistas, já que o mais provável é que a seguir a um grande líder venha outro avantajado líder para consolidar o peso político do PS ribatejano.
Passou-se mais um Natal e mais uma vez houve embirração com o presépio público em Santarém e com a casa do Pai Natal em Rio Maior. A malta não descansa enquanto não destrói algumas figuras ou não rouba algumas peças. Parece-me que há aqui um problema do foro patológico a afectar algumas alimárias que têm as coisas mal resolvidas em relação ao nascimento do menino Jesus e à parafernália de animação que lhe está associada.
Ou, então, quem sabe se não estamos perante uma réplica contemporânea do mister Scrooge, que fica azougada assim que se acendem as garridas iluminações natalícias; ou mesmo alguém possuído pelo demónio, que merecia ser levado a uma sessão de exorcismo ministrada pelo famigerado padre Gama, com consultório montado em Fátima. Passava-lhes a possessão demoníaca que era um instante...
Vi com perplexidade as filas de gente à entrada do Tribunal de Loures antes de começar o espectáculo, perdão, a leitura do acórdão de Rosa Grilo e do seu alegado cúmplice (que acabou por ser adiada) e aquilo fez-me lembrar as filas para entrada nos estádios de futebol ou para os concertos dos festivais de Verão. O que me leva a pensar por que razão não aproveita a nossa Justiça para começar a cobrar entrada aos espectadores. E, já agora, a vender os direitos de transmissão televisiva das audiências, com ilustrados comentadores a darem-nos ao vivo os mais ínfimos detalhes sobre os protagonistas, nomeadamente a sua altura, peso e outras curiosidades biográficas. Nunca ouviram falar da lei da oferta e da procura? E não precisam de dinheiro para os ares condicionados e coisas afins? Pensem nisso e não digam que vão daqui...
Saudações enregeladas do
Serafim das Neves