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Novo provedor da Misericórdia da Golegã preparado para enfrentar desafios
José Godinho Lopes

Novo provedor da Misericórdia da Golegã preparado para enfrentar desafios

Num contexto complexo para as misericórdias, ao nível das características do envelhecimento e da obtenção de receitas, José Godinho Lopes candidatou-se por questões afectivas e de obrigação cívica.

José Godinho Lopes foi eleito provedor da Santa Casa da Misericórdia da Golegã, depois de ter gerido a instituição durante nove meses numa situação de recurso, devido ao falecimento do vice-provedor e posteriormente do provedor e seu pai, Martins Lopes, que geriu a santa casa durante largos anos. O novo provedor, em declarações a O MIRANTE, refere que abraçou esta causa por razões afectivas, mas sobretudo por entender que é uma obrigação cívica, numa altura em que vários desafios se colocam à instituição, fundada em 1553. Assume que não vai desempenhar o cargo apenas para supervisionar, sublinhando que gosta de se envolver nas actividades e projectos de forma activa.
O novo provedor, engenheiro e gerente de uma empresa de construção civil, realça que a Misericórdia precisa de pessoas preparadas e com conhecimento da casa para enfrentar a complexidade dos tempos actuais. Godinho Lopes era presidente da assembleia-geral quando a mesa administrativa caiu no vazio, tendo antes feito parte, durante nove anos, da direcção como secretário. Com o falecimento das duas figuras mais importantes da direcção, foi necessário encontrar uma solução porque estava em causa a representatividade da instituição. Foi decidido, com base num parecer jurídico, fazer uma eleição no final de Março de 2019, apenas para eleger um provedor até ao final desse ano.
Eleito agora para um mandato de quatro anos, até final de 2023, Godinho Lopes, 47 anos, sublinha que a sua preocupação é a sustentabilidade financeira da instituição, que dá emprego a 110 pessoas. Numa altura em que não é fácil garantir receitas para as inúmeras despesas da assistência prestada pela Misericórdia, bem como para os custos de funcionamento. Só para despesas com pessoal é necessário garantir por ano 1,3 milhões de euros. O novo provedor explica que antes as misericórdias recebiam a totalidade do IVA dos investimentos que faziam e que agora recebem metade. Além disso a santa casa deixou de contar com o apoio do Ministério da Saúde e teve de fazer contratos com médicos e enfermeiros.
Godinho Lopes realça que as instituições trabalham num “contexto agressivo”, a começar pelo fenómeno do envelhecimento, que é muito diferente e de grande complexidade. A esperança de vida está a aumentar, acentuam-se as demências e o grau de dependência dos idosos é mais elevado. O que exige respostas diferentes. Além disso a Misericórdia insere-se numa região com reformados que auferem pensões baixas. Situação que, reconhece, limita a obtenção de receitas.

Novo provedor da Misericórdia da Golegã preparado para enfrentar desafios

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