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Tribunal altera acusação e atribui a Rosa Grilo a decisão de matar o marido
António Joaquim rodeado por jornalistas junto ao Tribunal de Loures

Tribunal altera acusação e atribui a Rosa Grilo a decisão de matar o marido

O tribunal considera que a intenção de tirar a vida ao empresário e triatleta Luís Grilo partiu exclusivamente da mulher, por motivos de ordem financeira. Defesas podem chamar novas testemunhas e pedir nova produção de prova.


Precisamente quatro meses depois de começar a ser julgado o caso do homicídio do empresário e triatleta Luís Grilo, os dois arguidos, Rosa Grilo e António Joaquim, viram a leitura do acórdão ser adiada pelo Tribunal de Loures, na sexta-feira, 10 de Janeiro. Em causa estão alterações aos factos da acusação, que passam a atribuir exclusivamente a Rosa Grilo a intenção de matar o marido.
Segundo a juíza presidente, Ana Clara Baptista, o tribunal chegou à conclusão que os factos presentes na acusação tinham algumas imprecisões e precisavam de ser reescritos. Algumas das alterações são apenas pormenores, como o número de mensagens trocadas por Rosa Grilo e António Joaquim no dia 15 de Julho, a motivação do crime, que passa a ser exclusivamente financeira, e mudanças de datas e horas de acontecimentos.
A alteração mais relevante é a que exclui António Joaquim da decisão de tirar a vida a Luís Grilo. Na acusação inicial, produzida em Março de 2019, lia-se que tanto Rosa Grilo como o amante tinham decidido matar o triatleta em Junho de 2018, cerca de duas semanas antes de o crime ter sido cometido. Agora, “em data que não foi possível apurar”, o tribunal diz que foi apenas “Rosa Grilo a ter a ideia de tirar a vida a Luís Grilo, a fim de beneficiar de uma situação económica abastada, resultante dos valores indemnizatórios a serem pagos pelos seguros de vida”, na ordem dos 500 mil euros, habitação do casal e dinheiro depositado em contas bancárias.
Os advogados dos arguidos não prescindiram do prazo de 15 dias para analisar as alterações e pronunciarem-se sobre as mesmas e requerer ou não a chamada de novas testemunhas e nova produção de prova. A leitura do acórdão fica na gaveta até serem produzidas novas alegações finais.

Autoria do disparo mantém-se
Se a ideia de matar passa a ter apenas Rosa Grilo como protagonista, o tribunal decidiu manter inalterada a autoria do disparo. No despacho do Ministério Público (MP), lê-se que ambos se dirigiram ao quarto onde o triatleta dormia e que “António Joaquim apontou a referida arma na direcção do corpo de Luís Grilo e efetuou um disparo”. Facto que pode, no entanto, não ter sido dado como provado.

Filho de Rosa Grilo impedido de assistir
O filho de Luís e Rosa Grilo pediu para assistir à leitura da sentença, mas o pedido foi indeferido pelo tribunal. O tribunal justificou a decisão por considerar “ser susceptível de causar grave dano à dignidade” do menor de 14 anos, assistente neste processo onde a sua mãe é arguida.
O requerimento foi apresentado ao tribunal por Júlia Grilo, irmã do triatleta, enquanto representante legal do menor, depois de em Abril de 2019, o Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira lhe ter atribuído a custódia.

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