Mais uma vez a há muito falada nova ponte na zona da Chamusca ficou fora das prioridades de investimento do Governo, em sede de Orçamento de Estado (OE). O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) ainda apresentou uma proposta que pretendia que o Governo desse início, já este ano, às acções necessárias para assegurar a construção de uma nova travessia sobre o Tejo nessa zona, mas acabou chumbada. As bancadas parlamentares do PS, Chega e IL votaram contra, registando-se abstenções do PSD e CDS. Apenas BE, PCP, PEV e PAN votaram a favor.
O BE lembra que essa é a solução há muito reclamada pelas populações e autarcas e acusa o PS e PSD de falta de “coragem política” por terem, em anterior legislatura, votado a favor de uma recomendação ao Governo nesse sentido e agora terem inviabilizado uma proposta que visava inscrever esse projecto no Orçamento de Estado.
Recorde-se que, recentemente, o tema das acessibilidades foi debatido pelos municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), num seminário onde lamentaram a falta de conclusão da A13/IC3, no troço entre Almeirim e Vila Nova da Barquinha, com uma nova ponte sobre o Tejo ligando Chamusca e Golegã. Esse é um projecto falado há mais de 20 anos e que atravessou diversos governos. “Há esclarecimentos que queremos pedir” sobre a ausência deste projecto, referiu o presidente da CIMLT, Pedro Ribeiro.

Concessão suspensa pelo Governo de Sócrates
Há precisamente dez anos, em Fevereiro de 2010, O MIRANTE dava conta da insatisfação e preocupação dos autarcas de Almeirim e Chamusca relativamente à decisão do Governo socialista de José Sócrates em suspender o processo da concessão rodoviária do Ribatejo, que incluía a construção do Itinerário Complementar (IC) 3, que consideravam estrutural para a região.
O então presidente da Câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho (CDU), frisou que o troço Almeirim/Chamusca, que incluía a nova ponte sobre o Tejo (ligando ao concelho da Golegã), “é estruturante para esta zona do país e para o concelho”, que tem tido um incremento de empresas a instalarem-se, sobretudo no Ecoparque do Relvão, com o consequente aumento do fluxo de trânsito.
Dado o avanço em que já se encontrava o processo - com estudo de impacte ambiental concluído e previsão de lançamento de concurso para o primeiro semestre desse ano – os autarcas esperavam conseguir sensibilizar o Governo para a importância da concretização desse troço. Mas desde aí não houve desenvolvimentos.