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Hospital de Santarém sinaliza número recorde de casos de maus tratos a crianças em 2019
Sheila Sousa (segunda à esquerda) com a equipa do Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco do Hospital de Santarém

Hospital de Santarém sinaliza número recorde de casos de maus tratos a crianças em 2019

Valores registados pelo Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco duplicaram nos últimos sete anos, fruto também da crescente atenção para essa problemática.


Em 2019 os casos sinalizados pelo Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco (NHACJR) do Hospital de Santarém mais do que duplicaram quando comparados com os registados no primeiro ano de funcionamento dessa estrutura. Foram assinalados 37 casos, no ano passado, contra 16 em 2012. Na contabilidade do núcleo, 2019 é o ano com maior registo de casos sinalizados, sendo a maioria deles por negligência (15), mau trato físico (11), mau trato psicológico (9) e abuso sexual (2).
O concelho com maior incidência de casos é Santarém. De um total de 167 registos, desde a entrada em funcionamento do núcleo, 77 deles são provenientes da capital do distrito. Seguem-se Rio Maior e Almeirim, com 20 e 13 situações respectivamente.
O serviço de Urgência Pediátrica é aquele que mais casos sinaliza, cerca de 65% do total, “o que se percebe tendo em conta o âmbito da sua intervenção em crise”, revela Sheila Sousa, coordenadora da Unidade de Psicologia do Hospital de Santarém e membro do NHACJR. Acrescenta, contudo, que nos últimos anos se tem verificado um aumento da sensibilidade dos profissionais para as várias vertentes escondidas do problema, com um incremento das sinalizações via Consulta Externa.
Muitas das situações de risco apresentam-se no Serviço de Urgência já acompanhadas por técnicos das várias Comissões de Protecção de Menores (CPCJ) desta área geográfica, constituindo as CPCJ o segundo nível de actuação. Num terceiro nível os casos são reportados ao Ministério Público.
De acordo com Sheila Sousa, o maior número de sinalizações é um reflexo do trabalho desenvolvido dentro do HDS por todos os profissionais, cada vez mais atentos às situações de maus tratos e violência. “Há uma franca adesão dos profissionais do hospital às várias iniciativas de sensibilização e de formação específica na área desenvolvida pelo NHACJR e existe também uma maior compreensão do fenómeno através do conhecimento de estatísticas de âmbito regional”, refere a clínica.
Com números mais elevados de sinalizações, em 2019, está o Núcleo Hospitalar de Apoio à Criança e Jovens em Risco do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT). Também inserido no distrito de Santarém, este núcleo registou um total de 114 casos, com predominância nos concelhos de Tomar (32), Abrantes (23), Entroncamento e Torres Novas, ambos com 13 sinalizações.

Um problema de saúde pública

Desde que os maus tratos e a violência foram integrados na classificação internacional de doenças da Organização Mundial de Saúde foi necessário criar uma resposta específica para este problema de saúde pública. Essa resposta surgiu sob a forma de Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco. Criados pela Direcção-Geral da Saúde, em 2008, os núcleos funcionam em centros de saúde e hospitais integrando uma equipa de profissionais, desde médicos a responsáveis por questões jurídicas.

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