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Empresários de Fátima pedem isenção de IMI à Câmara de Ourém
Vítor Frazão, presidente do MOVE, antevê um futuro negro para os empresários de Fátima

Empresários de Fátima pedem isenção de IMI à Câmara de Ourém

Num debate organizado pelo MOVE, cerca de duas dezenas de empresários traçaram um futuro negro para as suas empresas e para a economia do concelho de Ourém. A iniciativa serviu para delinear estratégias e lançar desafios aos autarcas e ao Governo.



Se a pandemia que atingiu o comércio de Fátima já fez estragos que comprometem o futuro das empresas, agora deviam preocupar-se em passar a imagem de que Fátima voltou a ser um destino seguro. A afirmação é do padre José Augusto, um dos vinte participantes do debate que o MOVE - Movimento Cívico Independente promoveu na segunda-feira, 10 de Agosto, para avaliar a “pancada” que as empresas levaram por causa da pandemia.
Vítor Frazão, presidente do movimento, antevê um futuro negro para os empresários que ainda assim continuam de portas abertas, apesar da falta de clientes. Nas suas caminhadas pela cidade, a visão que transmite é sombria. Os hotéis, as lojas e os restaurantes estão abertos mas sem clientes. Os empresários sentem-se sufocados, sublinha. Frazão não compreende porque é que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, não colocam nas suas agendas uma visita à cidade para observarem de perto a realidade. “Os governantes não podem lembrar-se de Fátima apenas quando vem cá o Papa”, salienta.
Alexandre Marto, vice-presidente da ACISO (Associação Empresarial de Ourém-Fátima), que também gere uma cadeia de hotéis em Fátima e noutras cidades do país, diz que estamos a viver uma guerra e que, por exemplo, as linhas de crédito que o Governo está a dar são “um presente envenenado”. O empresário deixa ainda alguns recados ao executivo da Câmara de Ourém sobre o que fazer para ajudar as empresas que estão em risco de fechar. “Há empresas que pagam dezenas de milhares de euros em IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis). Ou a autarquia isenta o IMI, situação já colocada de parte pelo presidente da câmara, ou, pelo menos, devia adiar o pagamento da taxa até ao início do próximo Verão”, sugere.
António Vieira, também empresário, critica a forma como o município tem gerido este assunto, e lamenta que os autarcas se desculpem com a necessidade de precisarem de receitas. “Os territórios precisam é de empresas. Se não forem os políticos do nosso concelho a apoiarem-nos, quem vai ser”, questiona.
O debate “Fátima e a crise”, que se realizou no restaurante Retiro dos Caçadores, foi o primeiro de treze debates que o MOVE vai organizar pelas freguesias do concelho de Ourém e que pretendem dar voz aos empresários locais.
Recorde-se que as empresas de Fátima estão a registar quebras de cerca de 90% devido à pandemia. Uma das causas para estes números prende-se com o facto dos peregrinos serem quase na sua totalidade portugueses, que vão e regressam a casa no mesmo dia da visita ao santuário.

Uma candidatura esperada mas não assumida

A iniciativa organizada pelo MOVE marca o início da campanha eleitoral do movimento às próximas eleições autárquicas, disse Vítor Frazão numa conversa com O MIRANTE à margem do encontro. Sem papas na língua, como o próprio se assume, o antigo dirigente do PSD de Ourém afirma que o executivo liderado por Luís Albuquerque errou na auscultação que fez às empresas. “Ouviram apenas o sector hoteleiro de Fátima, e só os hotéis com quatro estrelas”, critica.
Sobre o mandato deste executivo, diz que não faz comentários, mas deixa escapar que Luís Albuquerque e a sua equipa só agora estão a iniciar intervenções prometidas há dois anos para conseguirem votos e dizerem que têm obra feita. “A requalificação da Estrada Municipal 357, que liga a rotunda norte ao limite com o concelho de Leiria, é um exemplo disso”, afirma.
Vítor Frazão admite que o MOVE tem mais dificuldades de afirmação do que os outros partidos porque o concelho de Ourém é naturalmente partidário. Quanto às próximas eleições autárquicas, não assume a sua candidatura por questões estratégicas. “Só no final deste ano vou saber. Mas tenho muitas ideias e vontade de trabalhar”, conclui.

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