Empresários do sector do turismo de Fátima com quebras de 90%
Associação Empresarial de Ourém-Fátima alertou secretária de Estado do Turismo para a necessidade de apoios que permitam manter os postos de trabalho.
Os empresários do sector do turismo de Fátima estão a registar quebras de cerca de 90% devido à Covid-19, só perspectivando uma “retoma significativa” em Abril do próximo ano, disse a presidente da associação empresarial local.
“O horizonte de esperança que os empresários têm é Abril de 2021 e o que os preocupa mais é como é que vão manter as suas unidades em funcionamento até lá”, afirmou à agência Lusa a presidente da Associação Empresarial de Ourém-Fátima (ACISO), Purificação Reis.
Os empresários estiveram reunidos no dia 12 de Agosto com a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, para falarem das dificuldades que estão a sentir e alertaram-na para a necessidade de receberem apoios que permitam manter os postos de trabalho.
“Sabendo que não se perspectiva retoma significativa antes de Abril de 2021 é necessário que, até lá, haja formas de apoiar os empresários para que consigam manter as suas empresas em funcionamento e os postos de trabalho”, frisou a dirigente associativa.
Segundo Purificação Reis, uma das medidas defendidas foi “a necessidade de, no próximo Inverno, se voltar a ter um ‘lay-off’ simplificado ou algo parecido”, porque “o actual sistema não resolve os problemas”. Outra das medidas preconizadas foi “o apoio à manutenção das rotas aéreas com mercados que são fundamentais, como a Coreia, os Estados Unidos, o Brasil e a Polónia”, acrescentou.
Actualmente, os peregrinos são essencialmente portugueses, também alguns espanhóis, e ficam pouco tempo na Cova da Iria. “Muitos deles vêm a Fátima mas não ficam. O mercado nacional tem essa particularidade de vir e regressar no mesmo dia a casa”, acrescentou.
No que respeita a medidas estruturantes, Purificação Reis aludiu à necessidade de “haver alguns investimentos que permitam a diversificação do produto para outros produtos que sejam compatíveis”, alargando “ao turismo de natureza, ao turismo cultural e ao turismo de congressos”. Apoios fiscais, moratórias e financiamentos a fundo perdido foram outras medidas apontadas.