Haverá programação cultural que justifique um novo S. Pedro em Abrantes
A Câmara Municipal de Abrantes comprou o Teatro S. Pedro por cerca de meio milhão de euros (470 mil) e vai gastar na requalificação do mesmo um milhão e meio. É um investimento de dois milhões de euros que dá que pensar e que, de qualquer modo, só irá avançar, no caso da remodelação, se houver dinheiro comunitário que suporte pelo menos 85 por cento.
Estes investimentos vultuosos em equipamentos culturais, dos quais não discordo, deixam-me sempre uma dúvida. Haverá programação cultural que dê uso aos mesmos? Haverá companhias de teatro, associações culturais, cineclubes e promotores de espectáculos que consigam gerar uma programação que sirva a população, justificando os gastos da obra e equipamentos e da sua manutenção?
Olhando para o panorama geral da região, a resposta é não. E a câmara municipal, seja de Abrantes ou de outro concelho, não pode continuar a assumir o papel de promotor de espectáculos. Mesmo considerando que o faça pontualmente, não é essa a sua função Uma coisa é apoiar a cultura. Outra bem diferente, é ser, muitas vezes, o único promotor de cultura e espectáculos.
António Norberto