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Rui Barreiro: Entre cargos públicos e negócios privados se construiu uma carreira
Rui Barreiro presidiu à Câmara de Santarém entre 2002 e 2005

Rui Barreiro: Entre cargos públicos e negócios privados se construiu uma carreira

A oposição na Câmara de Santarém é protagonizada por quatro vereadores do PS. O mais experiente e interventivo é Rui Barreiro, que já foi presidente do município e, depois disso, perdeu mais duas eleições para o cargo. Uma façanha pouco vista no mundo da política autárquica que denota o seu gosto pelo poder. José Augusto Santos, Virgínia Esteves e Sofia Martinho são os outros rostos da oposição à maioria PSD.

Rui Barreiro é um político voluntarioso e persistente. Voluntarioso porque se ofereceu já por três vezes para ser candidato à presidência da Câmara de Santarém pelo PS. Persistente porque, após perder o município escalabitano para Moita Flores e para o PSD em 2005, sujeitou-se a novo enxovalho nas urnas em 2017, quando o PSD, agora com Ricardo Gonçalves à cabeça, recuperou a maioria absoluta na capital de distrito que já governava.
Na oposição, Rui Barreiro tem feito o papel de capitão de equipa da bancada socialista e questionado a maioria PSD sobre temas incómodos. Mas, dadas as responsabilidades autárquicas que teve no passado, é frequentemente confrontado com assuntos controversos do seu tempo como presidente. E fazer oposição no presente sujeitando-se a ser confrontado com o que não foi feito no passado é caminhar sobre terreno minado. Quando menos se espera, o tiro pode sair pela culatra. E, de vez em quando, Barreiro tem sentido o cheiro da pólvora. Sobretudo quando Ricardo Gonçalves recorre aos arquivos para repescar notícias antigas.
Rui Barreiro é licenciado em engenharia zootécnica e tem feito o seu percurso profissional na administração pública como técnico superior do Ministério da Agricultura e em cargos de nomeação política, mas com um pé no sector privado como sócio de empresas. É também avaliador de imóveis.
Alguns dos seus negócios privados valeram-lhe inclusivamente um processo disciplinar levantado pelo Ministério da Agricultura durante o Governo PSD/CDS, quando era ministra da Agricultura Assunção Cristas. Rui Barreiro era acusado de alegadas incompatibilidades por ter uma empresa que fazia projectos para obtenção de subsídios, que eram avaliados por colegas no Ministério da Agricultura. O processo está no Tribunal Administrativo de Leiria, para onde Barreiro recorreu.
Para além dos negócios privados, também não têm faltado cargos públicos de nomeação política a Rui Barreiro nos últimos 25 anos. Foi adjunto do governador civil de Santarém, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Director-Geral do Desenvolvimento Rural, Director Regional da Agricultura do Alentejo e Gestor do Programa RURIS. Actualmente, é vogal com funções executivas no conselho de administração da nova empresa pública FlorestGal. Uma boa colecção de ‘tachos’, diria a voz popular.

Cada tiro cada melro
Do trajecto político de Rui Barreiro não constam factos muito relevantes, com excepção de ter sido presidente da Câmara de Santarém durante quatro anos (2002-2005). Mas há um episódio que entrou no anedotário à época quando, como secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, assinou uma portaria onde permitia a reabertura da caça ao melro, após 20 anos de proibição. Uma decisão contestada por ambientalistas e caçadores e que provocou muitas gargalhadas a quem aprecia humor trapalhão. Quem gostar de pesquisa histórica pode consultar o Diário da República de 7 de Abril de 2011.
Apesar de andar desde jovem na vida pública, de dominar bem a retórica e de estar habituado ao debate político e às conversas sobre futebol na TV, Rui Barreiro não é propriamente conhecido por aceitar docilmente opiniões ou notícias incómodas. Os processos movidos nas duas últimas décadas a jornalistas e directores de O MIRANTE são um reflexo disso, alguns com alegações ridículas.
Por estas e outras, Rui Barreiro deve estar fora de jogo em futuras lides eleitorais no concelho de Santarém, até porque dentro do PS há muita gente que não aprecia a sua postura sobranceira nem esquece traições e intrigas palacianas antigas. Mas, voltando ao início, convém não esquecer que de um político persistente, e que adora a vertigem do poder, tudo se pode esperar. E, aos 55 anos, Barreiro ainda está longe da reforma. Para já, está numa prateleira dourada chamada FlorestGal....

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